Volta para a capa
Como escreve?
Antonio Lobo Antunes

“Ficção é muito diferente de poesia, ficção tem mais a ver com trabalho. Escrever romances é sobretudo uma questão de persistência e método. É penoso porque tentar aproximar a emoção que se sente daquilo que se escreve a distância é muito grande. Para traduzir a intensidade emocional é preciso muito trabalho e escrever muito. As pessoas mitificam o escritor, mas ele é uma pessoa terrivelmente normal que precisa trabalhar".

Fonte: Jornal da Tarde, 29/06/1994 - Cristina Duran

"Há instantes de intensa felicidade - às vezes sinto as lágrimas a caírem-me pela cara - e momentos de grande irritação porque num dia consigo fazer meia página e no noutro só três linhas. O material resiste, as palavras não chegam, o livro não sai. Normalmente as primeiras duas, três horas são perdidas, os mecanismos sensórios ainda estão muito vivos. Então, quando começo a estar cansado, as coisas começam a articular-se com mais facilidade. É como quando estamos a dormir e de repente temos a sensação de termos descoberto os segredos da vida e do mundo, mas sabemos que estamos a dormir. Lutamos para acordar e quando chegamos à superfície não temos nada, diluiu-se enquanto fomos subindo. Quando consigo um estado próximo dos sonhos é muito mais fácil trabalhar e só o tenho estando fatigado".

Fonte: Diário de Noticias (Lisboa), em 30/09/2007.

 

Prossiga na entrevista:

Por que escreve?

Onde escreve?

Música
Psicanálise

Religião

Crítica Literária

Academia
Biografia