Volta para a capa
ENTREVISTA SIMULTÂNEA

Valêncio Xavier

Valêncio Xavier Niculitcheff

Nasceu em São Paulo, em 1933. Escritor, jornalista, consultor de imagem em cinema, roteirista e diretor de TV. Em 1954 parte de mala e cuia para Curitiba, onde viveu na boa companhia de ilustres amigos, tais como Dalton Trevisan, Wilson Martis e Decio Pignatari. Como cineasta, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Além de artigos e narrativas em jornais e revistas, publicou os seguintes livros: Desembrulhando as balas Zequinha (1973), O mez da grippe (1981), Maciste no inferno (1983), O minotauro (1985), O mistério da Postituta japonesa & Mimi-Nashi-Oichi (1986), A propósito de figurinhas (1986) em parceria com Poty, Poty, trilhas e traços (1994), Meu 7º dia (1998) e Minha mãe morrendo e o menino mentido (2001), uma espécie de álbum montado por um homem que, na sua velhice, continua impressionado com coisas que lhe aconteceram na infância. Dirigiu uma série de programas para a TV Educativa do Paraná intitulada Histórias da vida real, um sucesso da TV em anos passados. Seu livro mais recente é Crimes à moda antiga (2004), no qual reconta oito crimes à moda mais que atual. Faleceu em 05/12/2008.

Meu amigo Valêncio

Logo em princípios do ano 2000, num domingo pela manhã, ligou para minha casa querendo uma entrevista, sobre o livro Por que escrevo?, para a Gazeta do Povo. Eu ainda não tinha tomado café, e disse-lhe que retornaria a ligação em meia hora. Ele disse:

- Não, pode tomar café tranquilo, que eu te ligo daqui a uma hora.

E assim se deu a entrevista, no meio de uma conversa agradável por quase uma hora. Ficamos amigos e de vez em quando eu telefonava para ele. Ficamos de conseguir um lançamento do livro em Curitiba e ele aproveitou para me convidar a visitar a cidade. Disse-me que aos sábados, junto com os amigos escritores, constumavam fazer uma bela feijoada, e que nestas ocasiões era proibido falar de literatura. Adiantou que eu poderia ficar em sua casa; que lá havia uma edícula, onde Décio Piganatari se hospedava quando ia para lá.

- Olha, não é o conforto de um hotel 5 estrelas, mas dá para você  ficar lá.

Brincando, eu respondi:

- Õ Valêncio, se o Décio Pignatari se hospeda aí creio que eu também vou me dar muito bem.

É o convite de uma pessoa que nunca vi pessoalmente, o que dá uma medida do despreendimento e da personalidade de Valênco Xavier. Mas, infelizmente não houve tempo para essa visita. Nos falamos mais algumas vezes até pouco tempo antes de sermos impedidos pela doença.

Prossiga ne entrevista:

Por que escrevo?

Onde escrevo?

Como escrevo?

Cinema

Academia