"Eu não forço, eu espero, como dizia Paul Valéry, que os primeiros dois versos sejam ditados pelos deuses. eu não tenho horas para fazer poesia. Mas de um modo geral, quando estou na minha casa, quieto, ou quando estou sentado no ônibus, olhando a paisagem, às vezes me vem uma frase à cabeça; eu sinto que aquilo é um verso, um pedacinho de algo que tenho de desenvolver. Entreabriu-se uma janela. Fazer poesia é ver o que há atrás das aparências do mundo, atrás da janela. Mas, sobretudo, a criação me vem quando estou só, à noite, e quando ouço a música que mais gosto: Chopin, Mozart, Beethoven..."
Fonte: RICCIARDI. Giovanni. Escrever 2. Bari: Ecumenica Editrici, 1994.
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