- Não busquem ser originais. Ser diferente é inevitável quando alguém se preocupa em ser-lo
- Não tentem deslumbrar o burguês. Não dá resultado. Ele só fica assustado quando lhe ameaçam o bolso
- Não tratem de complicar o leitor, nem buscar nem reclamar sua ajuda
- Não escrevam jamais pensando na crítica, nos amigos ou parentes, na doce noiva ou esposa. Nem sequer no leitor hipotético
- Não sacrifiquem a sinceridade literária por nada. Nem a política, nem o triunfo. Escrevam sempre para esse outro, silencioso e implacável, que levamos conosco e não é possível enganar
- Não sigam modas, abjurem o mestre antes do terceiro canto do galo
- Não se limitem a ler os livros já consagrados. Proust y Joyce foram depreciados quando mostraram o nariz. Hoje são gênios
- Não esqueçam a frase, justamente famosa: 2 mais 2 são 4; mas e se forem 5?
- Não desdenhem temas com narração estranha, seja qual for sua origem. Roubem se for necessário
- Mintam sempre
- Não esqueçam que Hemingway escreveu: “Inclusive de leituras de bobagens já prontas de meus romances, que vem a ser o mais baixo em que um escritor pode cair”
Fonte: http://www.onetti.net/es/advertencias/decalogo
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