"Não há nenhuma razão para que os filósofos não sejam também homens de letras. Mas escrever bem não vem por instinto; é uma arte que demanda séria aplicação. O filósofo não fala apenas aos outros filósofos e aos estudantes das faculdade de filosofia; fala também aos homens de letras, aos políticos e às pessoas de reflexão que moldam diretamente as idéias da geração nova. E eles, muito naturalmente, se impressionam com os filósofos que são fáceis de ler e não muito difíceis de assimilar. Todos nós sabemos que a filosofia de Nietzsche afetou algumas partes do mundo e poucos afirmarão que a sua influência não foi simplesmente desastrosa. Ela prevaleceu, não pela possível profundeza de pensamento, mas por seu estilo vivo e sua linguagem impressionante. O filósofo que não se dá ao trabalho de tornar-se claro mostra apenas julgar que o seu pensamento é de valor puramente acadêmico".
Fonte: MAUGHAM, W. Somerset. Confissões. Rio de Janeiro: Editora Globo, 1951. Coleção Nobel, vol. 87.
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