"No meu caso o jornalismo foi muito benéfico, porque me deu maior autocrítica e eu uso muito o material jornalístico para ficção. Você poderá ver, por exemplo, nessa antologia chamada O jogo terminado, onde há escritos na Espanha - em dois dos quais, inclusive, aparece a figura do Ernest Hemingway - que foram antes matérias josrnalísticas. São três contos, digamos, 'espanhóis'. Esses dois últimos, O sangue na praça e Ofícios perigosos, eles tratam de matéria que inicialmente, foi tema do jornalista. Anos depois eu voltei a esses temas para escrever ficção. Então, a diferença que vejo é que no jornalismo você tem uma obrigação com o fato, a circusntância e na literatura com a aversão, ou seja, o fato interpretado, filtrado e revivido através da sua experiência pessoal ou observada. Essa é a principal diferença. Mas muitos temas me serviram tanto para o jornal como para o livro".
Fonte: RICCIARD, Giovanni. Biografia e criação literária. Lauro de Freitas, BA: Livro.com, 2009.
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