"Você falou de minha atividade de ensaísta, crítico, etc. E agora fala do jornalista. Para mim, minha atividade literária engloba-se na atividade de jornalista. O que sou, no fundo, é só isso. Não ignoro que a qualificação de jornalista não é das mais bem vistas. Quando se diz de alguém "Esse é jornalista", a impressão é sempre de que isso é uma atividade inferior, etc. Mas me considero, globalmente, em primeira linha,um jornalista... Só quero dizer que jornalistas no meu sentido foram também René Chateaubriand, Lutero, os profetas do Velho Testamento. Do novo Testamento há talvez o maior jornalista da história, o apóstolo São Paulo. Ninguém entre nós pode se comparar a eles. Mas isso é um exemplo do que é jornalismo no meu sentido... Jornalismo não é só o que se redige para o jornal. É qualquer atividade dirigida aos outros e tomando como ponto de partida a atualidade. Isso é o verdadeiro jornalismo"
Fonte: Revista “José” (RJ), nº 1, junho de 1976.