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Política
João Antonio

"O escritor é um testemunho do seu tempo. Ele não pode fugir ao seu papel de denunciador e de cotejador da realidade que o cerca. Agora, quanto a forma de dar esse testemhunho, o escritor deve usar de toda a liberdade possível, porque numa literatura cabem  desde Clarice Lispector e Cornélio Pena até Wander Pirolli e Plínio Marcos. O importante é não faltar com a verdade. Verdade? Há muitas. O escritor deve descobre a sua e se manter dentro dela, num exercício atento de fidelidade e respeito a si próprio. Clarice Lispector é tão engajada quanto Moacy Scliar e Rubem Fonseca, porque o epicentro de sua obra também é o homem. Não há apenas uma faixa social em toda a nossa sociedade. O importante é que Clarice perseguia a verdade humana, com um talento extraordinário".

Fonte: STEEN, Edla van. Viver % escrever 1. Porto Alegre: LP&M, 2008.

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