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Relações Literárias
JUAN RULFO

por Carlos Fuentes

"Rulfo conhecia o México centímetro a centímetro. foi vendedor da Goodrich e graças a isso percorreu o país vendendo pneus e falando com as pessoas, ouvindo as histórias  mais estranhas nos povoados mais distantes do México, e publicou Pedro Páramo, um grande romance universal baseado em coisas locais... é o melhor romance que se escreveu no México e que revolucionou totalmente o fazer novelístico. Com ele, Rulfo encerrou com um fecho de ouro essa temática".

Fonte: Folha de São Paulo, 19/10/2008 - Juan Cruz

por Eduardo Galeano

Eu não conhecia o Rulfo, fiquei um pouco assim... acho que ele é o escritor mais importante da América Latina. Estava um pouco inibido e ele falava muito. Ele é muito mentiroso, mas muito mesmo. Faz vinte anos que não escreve. Desde o Pedro Páramo; tudo que ele escreve, queima. Queima um romance, coisas assim. E todo mundo sabe que ele não escreve. Mas ele mente e diz que tem um livro de contos pronto para, mas não tem tempo para revisá-lo. Mas como não tem tempo lhe perguntei? ‘Porque trabalho muito no Instituto Indianista do México’. Mas podias conseguir uma licença. ‘Não, além do mais meus nervos estão em estado de miséria’. Mas por que não pede uma licença médica? ‘Não, eu não creio nos medicamentos, além do mais não gosto dos médicos... meu único amigo médico é cardiologista e meu coração está bom’. Mas vá a um médico e diga qualquer coisa. ‘Não posso. Não posso... como vou chegar a um médico e dizer: estou doente, doutor; sabe que acontece doutor? Estou triste. Ah, ele não me dá licença”.

Fonte: Ex- (SP), n. 11, jun. 1975 – Marcos Faerman

 

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