"A base naturalmente é a religião católica, uma religião que mais tarde não me convenceu. O catolicismo está muito mais ligado à morte do que à vida, e transforma mesmo a vida em morte. Daí eu ter partido não para a eternidade que me ensinaram mas para a eternidade já na própria vida. Desse modo a vida seria apenas uma coisa circular que não chegaria nunca àquela eternidade, mas também nós nunca poderíamos nos livrar dela. Como abandonei a religião e sou hoje um agnóstico, a minha tendência é não aceitar a eternidade e também não aceitar a morte em vida. Então fico nesse círculo constante entre a eternidade e a vida sem aceitar essa separação entre a vida e a morte... Isto é uma maneira de contestação, de não aceitação, de uma luta contra aquilo que durante anos me impingiram. Estava contra a minha natureza e estava contra qualquer religião racional do nosso tempo, ou mesmo contra as mais antigas, por exemplo as religiões orientais, de uma sabedoria muito maior".
Fonte: http://www.murilorubiao.com.br
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