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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
MORAES, Eugenio Vinci Valentim A. Facioli Dr. USP 2007
Título: A Tijuca e o pântano: \"A Divina Comédia\" na obra de Machado de Assis entre 1870 e 1881
Sinopse: As citações, alusões e referências à Divina comédia, de Dante Alighieri, começam a aparecer em quantidade e com vigor na obra de Machado de Assis na década de 1870. Estão em todos os gêneros, da poesia à crítica, da crônica à prosa de ficção, demonstrando a forte impressão que a obra provocou no escritor brasileiro. Esta tese trata das referências dantianas na obra de Machado de 1873 a 1881, começando em Americanas, passando por Helena e Memórias póstumas de Brás Cubas, e encerrando n\ \"O alienista\". Com isso, pretende-se mostrar como Machado de Assis estava às voltas com a adequação de temas, estilos, quadros e assuntos do repertório da alta tradição literária, em especial a da Comédia, em sua obra. Experiências que exibem a oscilação que os estilos elevado e baixo, sublime e vulgar sofrem em sua obra, à força de misturas, fusões, imitações e paródias, formas que encontrou para conciliar estes opostos.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
ROCHA, Fernando A. D. Henryk Siewierski Ms. UNB 2008
Título: Direito e literatura em circularidade discursiva : o matiz dialógico em Sófocles, Dostoiévski e Machado de Assis.
Sinopse: Pretende-se investigar as engrenagens que permitem compreender a relação direitoliteratura, a partir do problema da inter-relação dialógica entre o texto jurídico e a obra literária. É uma tentativa de repensar a escrita jurídica mediante o seu compartilhamento com a experiência da hermenêutica literária, elegendo-se algumas ferramentas que possibilitam indagar o sentido da verdade em jogo na tarefa de compreensão. Procura-se demonstrar que a apropriação de certas narrativas, pelo aplicador do direito, desloca a práxis interpretativa para um laboratório experimental do humano, propiciado pela literatura, aumentando-lhe as possibilidades de escolha e facilitando-lhe o acesso hermenêutico. Desta forma, quer-se tornar mais clara a simetria das posições reciprocamente solidárias do discurso jurídico e do literário, de forma a revelar os deslocamentos circulares entre as hermenêuticas, que se explicitam não só no movimento dialético das narrativas que compõem o corpus e a palavra da lei, como também na interação entre os discursos envolvidos no jogo da compreensão.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
ASSIS, Flavia Gieseler de João Gabriel L.C.T. Ms. UNB 2007
Título: Visões do agregado em Machado de Assis
Sinopse: Nos romances de Machado de Assis aparece com freqüência a figura do agregado. Agregado era o indivíduo livre e pobre que necessitava viver às sombras de um senhor para a manutenção de sua existência. Na sociedade brasileira do século XIX, o modo de produção escravista e monocultor, tirava do homem livre praticamente todas as possibilidades de integração à produção mercantil. Sem ter como se sustentar, e vivendo em um país em que o domínio dos senhores sobrepujavam a impessoalidade das leis, o vínculo criado com estes senhores era, muitas vezes, a única forma que possuíam para garantir a sobrevivência. A sua situação frágil o privava, muitas vezes, de um existir autônomo. A proximidade e quase familiaridade com senhor, o colocava em uma situação ambígua: ao mesmo tempo tinha reconhecidos seus predicados humanos e lhe era atribuída desclassificação social. As ambigüidades da vida agregada possibilitam uma multiplicidade de ações e acomodações que são bastante exploradas por Machado de Assis em seus romances. Utilizando a obra de Machado de Assis, esse trabalho buscou explorar as possibilidades de articulação entre essas duas esferas sociais. A estrutura histórica forjou o autoritário pensamento senhorial; As doutrinas do além-mar (positivismo, realismo, naturalismo), ajudaram a validar sua crença de superioridade. Ao agregado, que não podia contar com as normas impessoais, restou a tentativa de sobreviver sem poder contestar diretamente uma ordem rigidamente hierarquizada. Imobilizado por essa hierarquia, ele encontraria na manipulação da vontade senhorial sua única alternativa de alcançar seus interesses. Se as doutrinas cientificistas da época as mesmas usadas como justificativa de dominação por parte dos senhores percebiam o indivíduo de forma animalesca e, portanto, descaracterizava o agregado como um agente social, Machado de Assis resgatava o ser moral permitindo a ele o direito ao cálculo e a perfídia. Essa era mais uma sutileza do pessimismo irônico de Machado de Assis: a capacidade de humanizar por meio da relativização. Machado de Assis não negou os indivíduos. Sua obra mostrou que a luta pelo poder, por interesses pessoais e pela autonomia perpetuam, posto que a sociedade seja rigidamente hierarquizada. Afinal, antes de ser hierárquica ela é dinâmica; seja nos romances de Machado de Assis, seja nos conflitos da vida real.
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SANTOS, Francineide S.O. Marcia Tavares Silva Ms. UFRGN 2007
Título: À luz das inquietas sombras: a criatividade da melancolia na linguagem de Dom Casmurro
Sinopse: O que se pretende aqui, essencialmente, é mapear o itinerário da melancolia criativa no discurso de Dom Casmurro; ou seja, aquela da qual o narrador vale-se de um sentimento de angústia para alçá-lo aos modos de representação no discurso de Dom Casmurro. O eixo fundamental sobre o qual incorre esse pressuposto baseia-se no entendimento de que a melancolia presente no texto machadiano pode ser analisada pelos estratagemas da linguagem criativa no intuito de revelar-se nela uma espécie de espaço virtual condutora de metáforas, ironias e exacerbamento de imagens pelo qual o narrador pretende construir sua salvação. A finalidade é analisar o uso do esquema alegórico e do irônico pretendidos pelo autor no intuito de descobrir como tais procedimentos contribuem para criar um texto que desestabiliza o caráter doentio da melancolia. Ela pode veicular linguagem criativa tanto quanto outros modos de representação de que a arte dispõe. Além desse mapeamento poético, a contribuição deste trabalho constitui também: compor um cenário no qual a teatralidade da linguagem de Dom Casmurro constitui drama e não tragédia. Seguindo o rastro das concepções benjaminianas da melancolia, alegoria, metalinguagem a ironia, vimos que estas desalinharão os estatutos estabilizados das figuras da retórica a fim de se constituírem enquanto estratégias discursivas. Subjacente a esse processo é possível perceber o clarão da redenção da escrita melancólica, vista sob a luz saturnina de um olhar que se quer alegórico, na mesma incandescência do riso fáustico
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FERREIRA, Geraldo da A. Paulo F.M. Oliveira Ms. USP 2007
Título: Memórias Póstumas de Brás Cubas\ e \ Coração, Cabeça e Estômago\ - Machado de Assis e Camilo Castelo Branco: leitores e críticos do romantismo
Sinopse: O presente trabalho tem como objetivo principal analisar as posturas de Camilo Castelo Branco e Machado de Assis como leitores e como críticos do Romantismo que, de certa forma, colocaram em xeque a aplicação rígida das teorias e doutrinas vigentes para a crítica oitocentista como o naturalismo, o positivismo, o racionalismo e os ideais românticos. Realizamos este trabalho partindo do estudo das obras Coracão, Cabeça e Estômago, de Camilo Castelo Branco, e Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Buscamos demonstrar aproximações e similaridades presentes nas duas obras, destacando textos críticos que apontaram tais semelhanças para apresentarmos algumas idéias que desenvolvemos ao longo da pesquisa. Como substrato teórico para o trabalho, utilizamos os livros Introdução ao estudo da novela camiliana, de Jacinto do Prado Coelho e Um mestre na periferia do capitalismo, de Roberto Schwarz.
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PEREIRA, Germana da Cruz Maria da Piedade M.S. Ms. UFPE 2008
Título: Brás Cubas: discurso e metadiscurso na construção da personagem no romance e nos filmes
Sinopse: Este estudo tem por objetivo analisar o discurso e o metadiscurso presentes em Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), de Machado de Assis, e verificar os recursos utilizados pelos diretores a fim de transmutá-los do romance para o cinema. Através da análise da obra literária e suas adaptações Brás Cubas (1985), de Júlio Bressane, e Memórias Póstumas (2001), de André Klotzel, e observando as diferentes particularidades dos meios semióticos e as escolhas estéticas de cada diretor, percebemos como o narrador se constrói duplamente, como defunto/autor/ator e como personagem principal de sua autobiografia por meio tanto do discurso como do metadiscurso. Estudos como os de Antônio Cândido (2004) e Renata Palottini (1989), acerca da personagem, Baudrillard (1991), sobre simulacro, Genette (1982) e Chalhub (1997), sobre metadiscurso, auxiliam na análise da construção verbal e imagética da irônica personagem Brás Cubas
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
SILVA, Gilmar Ferreira Beatriz Berrini Ms. PUC/SP 2006
Título: As citações-em Machado de Assis
Sinopse: A proposta deste trabalho é, a partir de uma leitura atenta da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis, apontar índices que comprovem certa a existência no texto de quatro níveis discursivos: o discurso do Antigo Testamento, o discurso dos filósofos Estóicos, o discurso do Novo Testamento e do teólogo cristão Aurélio Agostinho e por fim o discurso dos moralistas franceses, notadamente Voltaire. Apontarei exemplos desses discursos no romance e indicarei as características que os transformam em instâncias, similares a pilares estruturais que sustentam o gênero romance conforme a definição de Bakhtin. Estas estruturas sugerem várias abordagens discursivas: umas relacionadas à natureza do enredo outras com um percurso crítico sobre as fontes em que Machado de Assis se inspirou ou antropofagicamente devorou, a fim de estabelecer um discurso narrativo revolucionário, que não se esgota nessas quatro instâncias, porém estas são como pilares que sustentam e dão arcabouço para as maiores cabriolas de volatim. Cabriolas de volatim: essa é a maneira como definiria o estilo de Machado de Assis, um salto no ar sem amarras e rede de proteção rumo a uma alegria levada pela descoberta do artifício com que ilude o leitor e o conduz aos espaços etéreos que estão além da matéria.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
FLORENCE, Inês Macedo Raimundo P.A.A. Ms. UFRGN 2007
Título: Mariana, Pai contra mãe e O caso da vara: escravidão e chão histórico em Machado de Assis
Sinopse: Machado de Assis captou seu tempo e projetou nos textos que escreveu sua percepção sobre a sociedade brasileira do século XIX e seus múltiplos aspectos economia, política, cultura, dentre outros. Nas tensões vividas em seus contos e romances, Machado retrata a realidade da sociedade brasileira e as mudanças por que o Brasil vinha passando. Mariana e Pai contra mãe retratam a crise do sistema escravocrata, a relação de dependência, o tratamento dado aos cativos e a incoerência de um país que procurava adotar o Liberalismo como ideologia, mas que vivia às sombras da escravidão e suas conseqüências. Um país cujas prioridades eram dadas aos grandes senhores de terras e de escravos, protegendo-se apenas seus interesses de classe. O caso da vara aponta como eram tratadas as crias da casa menininhas negras agregadas que aprendiam bordados de bilro. Como e quais eram os castigos aplicados em caso de desobediência, como deveria se portar uma criança que estava à margem da sociedade. Dessa forma, este trabalho procura fazer um jogo de espelhos entre História e ficção. Mas não simplesmente jogar, mas analisar de que forma Machado lida com os reflexos da História do Brasil oitocentista em seus contos.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
SOUZA, Ivete Vidigoi Fernando Segolin Ms. PUC/SP 2005
Título: O espelho e a duplicacao do eu
Sinopse: O objetivo deste trabalho foi mostrar a partir da metáfora do espelho caracterísicas pertinentes ao duplo em duas personagens literárias As personagens centrais que permitiram o exame das formas de manifestação do duplo perencem aos contos chamados O espelho um de Machado de Assis, autor do século XIX e outro de Guimarães Rosa, do século XX Para o estudo da questão do duplo apoiamos-nos nas idéias de vários teóricos A análise dos dois contos em relação á duplicidade baseou-se sobretudo nos princípios de polifonia e dialogia de Bakhtin Do ponto de vista da duplicidade na narrativa, a teoria de Piglia ofereceu especialmente elementos para o estudo do conto de machado de Assis enquanto o de Guimarães Rosa foi analisado sob o olhar ensaístico tendo por base a teoria de Adorno a fim de relacionar o caráter prismático do ensaio com a uestão do duplo. Esta pesquisa procurou desenvolver uma proposa de leitura nova para um tema ainda pouco esudado, portanto aberto a outras reflexões e aprofundamentos.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
ARNAUD, Luciana B. Bastos Julio Cesra V. Diniz Ms. PUC/RJ 2006
Título: A ESCRITA CALEIDOSCÓPICA: UMA DISCUSSÃO SOBRE AS ESTRATÉGIAS CRÍTICAS NA FICÇÃO MACHADIANA
Sinopse: A pesquisa concentra-se na discussão da literatura de Machado de Assis, tendocomo foco principal o humor machadiano ironia e sátira - como procedimento dedesconstrução da discursividade cínica de seu leitor implícito. Para ilustrar essahipótese, a principal referência será o livro Memórias póstumas de Brás Cubas. Serãoabordados também os demais romances da segunda fase, os contos A teoria doMedalhão, O espelho e O alienista, e dois de seus mais importantes escritos críticos:O instinto de nacionalidade e A nova geração. A dissertação pretende, com talprocedimento, estabelecer a relação da produção literária de Machado de Assis com oprojeto analítico presente em seus textos críticos, além de discernir sua contribuição eatualidade no debate cultural brasileiro.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
ITO, Márcia Camardo Regina Helena P. Brito Ms. Mackenzie 2006
Título: O Alienista: eco de vozes sociais
Sinopse: Com base na Linha de Pesquisa, o processo discursivo e a produção textual, o presente trabalho focaliza a relação entre o ethos e o discurso. O ethos se revela por meio do discurso, da mesma forma que o discurso se sustenta por meio de um corpo e de uma voz. Adotamos a Análise do Discurso de linha francesa, voltada para o processo lingüístico sócio-histórico, na obra O Alienista, de Machado de Assis. Neste corpus empregamos a perspectiva de Maingueneau (1997), de que cada ethos expressa um discurso diferente; considerando o princípio da verossimilhança de Aristóteles que afirma que para o poeta não é necessário narrar exatamente o que aconteceu; mas sim o que poderia ter acontecido. Por esta perspectiva, analisamos vários éthé ficcionais em interação, que resultam num diálogo entre várias ideologias que argumentam entre si, promovendo a tessitura do texto. Neste mundo ficcional criado por Machado de Assis, trabalhamos com os conceitos de polifonia e interdiscursividade. A presença de várias vozes tem caráter funcional, pois estas são articuladas estrategicamente para que se visualize o diálogo entre vários discursos; e conseqüentemente, o conflito entre várias ideologias. Se olharmos com atenção, veremos que O Alienista projeta a estrutura de um mundo ficcional narrado pelo ethos irônico de um enunciador que denuncia a sociedade de seu tempo, ou, de certa forma, a sociedade que existe no eterno presente.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
PILLON, Márcia R. Scarpa Maria José P.G.P Ms. PUC/SP 2008
Título: O folhetim e o livro: travessias da ficção machadiana de Quincas Borba
Sinopse: O romance Quincas Borba, de Machado de Assis, possui duas versões publicadas em dois suportes distintos: o jornal, sob a forma de folhetim, e o livro. As duas versões carregam diferenças importantes que revelam o principal ponto observado neste trabalho: a formação do leitor em foco educativo e evolutivo, percebido na comparação entre uma versão e outra do romance. Comparação essa que revelou, também, muito do processo de composição narrativa para Quincas Borba. A investigação problematizou, então, a função do leitor nos dois suportes, observando que as atitudes de leitura variavam e estruturavam-se de forma diferente nas duas publicações. Procuramos investigar, no primeiro capítulo, a leitura em níveis diferentes de percepção, ou seja, as diferenças entre o folhetim e o livro no ato de leitura; enquanto, no segundo capítulo, tratamos de buscar dentro do romance o modelo de leitor suscitado pela narrativa, bem como as diferenças da matéria narrada na travessia folhetim livro; posteriormente, no terceiro capítulo, a questão da autoria e da leitura no contexto ficcional, entendendo que as mudanças sofridas entre uma versão e outra são, em sua maioria, ajustes feitos pelo autor na busca pelo leitor-modelo de sua obra, questão que recebe enorme atenção da crítica contemporânea e que encontra em Machado de Assis terreno fértil para o desenvolvimento dos mais variados estudos sobre o assunto. Para a efetivação deste trabalho, foi necessário transitar em pressupostos teóricos acerca do folhetim, sendo Marlyse Meyer a principal referência. Também foi necessário buscar nas considerações de Umberto Eco o conceito de leitor-modelo, tipo de leitor previsto pelo autor e impresso na escrita do texto. Outros aspectos da obra machadiana puderam ser observados através da leitura de vasta bibliografia sobre o autor e sua produção, entre eles destacamos os estudos de John Gledson, Hélio Seixas Guimarães e Alfredo Bosi.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
MIYAMOTO, Margareth R.T Maria Rosa D. O. Ms. PUC/SP 2006
Título: A máscara da ópera em Dom Casmurro
Sinopse: Este estudo tem por objetivo investigar a representação da ópera no discurso de D.Casmurro, como máscara de um eu, que se desdobra em três personas: a do autor-casmurro, a do narrador e a da personagem Bentinho. Tal desdobramento cria uma correlação com a estrutura tripartite do gênero operístico, cuja autoria, também se divide entre o dramaturgo, o libretista e o músico, além de surgir no romance nos capítulos VIII (É tempo), IX (A Ópera) e X (Aceito a teoria), nos quais o narrador aproxima sua vida de um espetáculo operístico. Esse elemento dramático-operístico na estrutura de DC tem sido alvo não só de posicionamentos críticos, como os que abordaremos no capítulo 2 desta dissertação, mas também de versões operísticas do romance para o palco, como ocorreu em 1922, quando o compositor paulista João Gomes Jr. elaborou a partitura da primeira montagem operística de DC com libreto em italiano de Antonio Piccarollo, que pode ser encontrado na secção de música da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Para atingirmos a meta de demonstrar o cenário operístico construído pelo autor-narrador Casmurro, partindo da experiência de Machado de Assis no teatro, procurando mostrar ao leitor como o autor vivenciou o que mais tarde passaria para o romance. No capítulo 2, recuperaremos a voz da crítica literária que analisou a inserção da ópera na narrativa do ponto de vista metafórico-alegórico. No capítulo 3, o foco central será a ópera, suas partes e correlações com DC, mostrando o modo como se inscrevem no romance a abertura, as árias, os intermezzos, os prelúdios e os motivos condutores da partitura. Finalmente, no capítulo 4, nos concentraremos na análise da máscara operística do discurso romanesco por meio da atuação tripartite do casmurro enquanto dramaturgo, libretista e músico
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
COSTA, Mariangela N.S. José Batista de Sales Ms. UFRGS 2006
Título: Machado de Assis em Penápolis: percepção dos leitores sobre a leitura das obras do escritor
Sinopse: Este trabalho é resultado de uma pesquisa de campo realizada nas bibliotecas públicas e particulares da cidade de Penápolis, Estado de SÃo Paulo. Segundo os conceitos teóricos enfatizados pela estética da recepção de Jauss e a teoria do leitor implícito de Iser, a leitura estaria submetida ao efeito e recepção de uma obra. Mediante nova abordagem conceitual, propomo-nos nesse estudo analisar a percepção dos leitores formais (alunos das unidades escolares) e informais (indivíduos que não estão frequeentando as escolas, mas possuem uma biblioteca domiciliar do autor) sobre a leitura das obras do escritor Joaquim Maria Machado de Assis. Objetivamos, portanto, analisar, por meio da percepção dos leitores formais, as estratégias de ensino do professor e observar, sobretudo, se as práticas metodológicas utilizadas em sala de aula como instrumentos de aprendizagem têm conferido à leitura um papel mais interativo. E procuramos ainda como a biblioteca, enquanto espaço de leitura, contribui com o processo de formação do leitor
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
SCHIFFER, Michele Freire Antonio Alvaro S. Zuin Ms. UFS.Carlos 2006
Título: Narrativas machadianas: transcendência e historicidade no processo formativo.
Sinopse: A presente pesquisa discute à luz da Teoria Crítica, o ensino da Literatura no contexto da sociedade de consumo e da Indústria Cultural. Tem por objetivo demonstrar que, como arte, a Literatura pode atuar de maneira positiva no desenvolvimento do processo educacional formativo. Para a discussão são empregados teóricos como Adorno, Horkheimer, Benjamim e Marcuse, os quais sustentam teoricamente os preceitos referentes à Indústria Cultural, bem como à dimensão estética da arte e da literatura. A crítica literária é sustentada e revisitada com o auxílio de Jauss, Antônio Cândido, Aderaldo Castelo, Afrânio Coutinho e Proença Filho; atuando de modo a identificar na composição da arte literária os elementos que auxiliam no estímulo à criticidade e à reflexão por parte do receptor. Por representante da referida manifestação artística, toma-se Machado de Assis, ícone da literatura nacional e considerado em relação à produção de narrativas curtas, tendo por foco de análise o Conto de Escola, elemento que instiga no leitor a percepção estética, o reconhecimento dos horizontes históricos e a libertação de sua subjetividade por intermédio do questionamento e do diálogo entre ficção e realidade.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
SOUZA, Moisés Raimundo Olga de Sá Ms. PUC/SP 2007
Título: A personagem feminina na primeira fase machadiana: Helena e Iaiá Garcia
Sinopse: Esta pesquisa tem por objetivo estudar a personagem feminina machadiana e sua postura em face à relação amorosa, no final do século XIX, partindo da análise de duas obras da primeira fase de Machado de Assis, Helena e Iaiá Garcia. Procuraremos analisar, além das protagonistas dos romances citados, também a personagem Estela, de Iaiá Garcia, assim como, observar o comportamento de outras personagens não menos importantes à trama, com suas reações e posturas em relação ao casamento e a situação da mulher naquela época. Nossa intenção é abordar por meio das atitudes dessas personagens, o tratamento dado pelo narrador à mulher nas épocas romântica e realista da literatura brasileira, partindo da análise de um escritor que fez parte desses dois períodos, Machado de Assis. Desse modo, buscando as mutações ocorridas na estética machadiana, procurando descobrir como ele, de um escritor de romances românticos, tão comum naquela época, chegou ao Machado de Assis de Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro. Buscaremos as características, os sinais dessa mudança, que já pode ter começado em Iaiá Garcia. Para isso compararemos Iaiá Garcia com Helena, que consideramos uma obra predominantemente romântica, para assim, tentarmos flagrar essas modificações e captarmos o momento da transição. Consideramos as seguintes características de Machado de Assis, como típicas da segunda fase: a dissimulação de suas personagens, a ambigüidade, a ironia, o humor negro, o pessimismo, o tédio e a descrença em relação à vida e ao ser humano e ainda outras que não poderão ser citadas devido a objetividade desse resumo. Portanto, rastrearemos esses indicadores, que por ventura possam surgir em Iaiá Garcia, e procuraremos confirmar a predominância das características românticas de Helena, para podermos afirmar que Iaiá Garcia já pode ser considerado um romance com fortes tendências realistas, bem próximas das obras da segunda fase machadiana, enquanto Helena, continua a ser um típico romance romântico.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
PARREIRAS, Ninfa de F. Maria dos Prazeres S.M. Ms. USP 2006
Título: A psicanálise do brinquedo na literatura para crianças
Sinopse: O presente estudo realiza uma leitura psicanalítica do brinquedo na literatura para crianças. Aborda-se o conceito e a história da infância, da literatura para crianças e do brinquedo, como as transformações ocorridas com esses conceitos na atualidade. Estabelece-se uma comparação entre o brinquedo e o livro, considerados produtos culturais. São discutidos o brinquedo e sua dupla expressão, como um objeto inventado pelo adulto e reinventado pela criança. Utilizando a Psicanálise como instrumento de interpretação, a pesquisa faz uma análise de duas histórias clássicas da literatura, do século XIX: O soldadinho de chumbo, do dinamarquês Hans Christian Andersen e Conto de escola, do brasileiro Machado de Assis. Mostra diferentes representações do brinquedo na literatura contemporânea para crianças, do final do século XX e início do século XXI, em treze obras literárias estudadas. As obras trabalhadas compreendem edições nacionais e traduzidas, em diferentes gêneros e categorias: prosa e poesia, narrativas com texto e sem texto verbal. O brinquedo, entendido como o objeto cultural que propicia o encontro entre o universo adulto e o infantil, está representado de diversas maneiras, como uma transgressão, uma catarse, uma via de comunicação da criança com o mundo interno e externo. Depois de apresentadas e analisadas as obras, são estudados o brinquedo e sua ausência, o brinquedo como um retorno à infância e a literatura como brinquedo. São trabalhadas algumas referências sobre o brinquedo dos autores da Psicanálise: Sigmund Freud, Sándor Ferenczi e Donald W. Winnicott.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
AZEVEDO, Patricia A. Maria Helena F. Peixoto Ms. Mackenzie 2006
Título: O belo e o grotesco em personagens femininas de Memórias póstumas de Brás Cubas
Sinopse: Esta dissertação tem como objetivo apresentar uma análise interpretativa das personagens femininas que compõem o universo de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, sob as perspectivas teóricas das personagens e das imagens grotescas, com enfoque no par de personagens Virgília e Eugênia, estabelecendo um paradigma com as demais personagens femininas presentes neste romance. Para tecer a diversidade utilizada por Machado de Assis na constituição dessas personagens femininas, apresentamos, no capítulo teórico, os subsídios referentes não só à construção da personagem, como também ao grotesco. Na construção das personagens e do grotesco na literatura, utilizamos as teorias apresentadas por Foster, Bakhtin, Rosenfeld, Antonio Cândido e Kayser, entre outros escritores. Partimos do pressuposto de que as personagens femininas machadianas têm forte personalidade. Algumas delas estão sempre no comando da situação em que vivem; outras, embora com menor expressividade, também deixam suas marcas significativas por onde passam. As personagens femininas Virgília e Eugênia, bem como as outras por nós analisadas, presentes no romance, nem sequer são as protagonistas da história, mas são tão marcantes que sobressaem mais do que o próprio Brás Cubas, pela maneira como se comportam, pela posição que ocupam na sociedade e pelo poder das decisões que tomam perante as circunstâncias que a vida lhes impõe. A análise das personagens femininas mostra que Machado é o primeiro autor a inovar na constituição dessas mulheres, principalmente em termos de autonomia. Por isso o romance em pauta, mesmo tendo sido escrito nos fins do século XIX, a cada leitura surpreende seu leitor de maneira apaixonante.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
SILVA, Patricia Soares Maria da Piedade M. Sá Dr. UFPE 2006
Título: Dos antigos e dos modernos se enriquece o pecúlio comum: Machado de Assis e a literatura greco-latina
Sinopse: Ao estudarem as obras de Machado de Assis, analistas como Passos (1996, p. 10) identificaram um belo arsenal literário haurido em outras literaturas. Uma parcela desse conjunto de referências pertence à literaturas grega e latina, cujas citações explícitas, em cinco romances machadianos, são tratadas neste trabalho. As obras constituintes do corpus são: Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, D. Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires. Para analisar os textos sob o enfoque eleito, lançamos mão de um percurso teórico integrado por conceitos como dialogismo, intertextualidade e paródia, conforme trabalhados em escritos de Bakhtin (2002b), Koch (2001), Hutcheon (1989) et al. Para situar a nossa leitura no plano dos críticos que se ocuparam das citações na obra machadiana, recorremos a Magalhães Jr. (1957), Miguel- Pereira (1988), Candido (1993) e ao próprio Assis (2004). Em linhas gerais, verificamos que, nos romances por nós estudados, as alusões paródicas se mostram como o modus operandi mais recorrente, uma vez que Machado de Assis constrói novos significados para as referências aos textos gregos e latinos. Isso nos faz ver que o tom predominante, nessas paródias, é o de afastamento, conseguido por meio da reinvenção de uma dada referência. Percebemos, assim, que é esse o processo mais propício ao sentido de reconstrução dado por Machado às citações.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
SILVA, Paulo Tiago S.G. Vanessa Maria Brasil Ms. UNB 2006
Título: Entre a cor e o sentimento, um certo instinto de nacionalidade: identidade nacional e literária nas críticas e crônicas de Machado de Assis: (Rio de Janeiro 1858 - 1908)
Sinopse: O Brasil Oitocentista foi marcado pelo processo político da Independência e, posteriormente, por um projeto de construção da nação, de uma identidade nacional, sob os auspícios do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro IHGB criado em 1838. Instituto esse que passou a ser compreendido como a materialização da idealização de uma nação nos trópicos. Porém, não apenas nos corredores do IHGB a nação e a identidade nacional vinham sendo discutidas. Esse era um tema que ocupou as mentes dos mais diversos personagens do Brasil Imperial. Entre esses notáveis, encontramos na figura de Machado de Assis, mais especificamente em suas Críticas e Crônicas, uma intensa preocupação, não apenas com a nação, mas, com a formação de uma literatura nacional. Nesse sentido, estas linhas que se seguem têm como preocupação entender quais as preocupações de Machado de Assis com as questões nacionais, de que maneira a literatura poderia contribuir com o projeto nacional e, nesse período, o que faria da literatura brasileira, brasileira?
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
MAGALHÃES, Pedro A. A. Karl Erik S. Dr. UERJ 2007
Título: Repensar o romance histórico: leituras de Esaú e Jacó de Machado de Assis e L' Oeuvre au Noir de Marguerite Yourcenar.
Sinopse: Estudo das relações entre literatura e história: leituras dos romances Esaú e Jacó de Machado de Assis e L'Ouvre au noir de Marguerite Yourcenar. Com base no conceito de romance histórico lukacsiano, análise da estruturação destas obras e de suas remissões às correntes historiográficas francesas de seus tempos. Se Esaú e Jacó apresenta características que evocam as reflexões metodológicas do historiador Fustel de Coulanges (século XIX), a estrutura de L'Ouvre au noir remete às concepções de Fernand Braudel e ao movimento oriundo da Ecole des Annales.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
PEREIRA, Rosamaria Reo GErmana Maria A. S. Ms. UFPA 2005
Título: A presença inglesa no Brasil e sua influência nas obras de escritores brasileiros do século XIX
Sinopse: Esta dissertação tem por objetivo investigar a presença dos escritores ingleses nas obras de escritores brasileiros do século XIX. Os romancistas ingleses que se destacaram na Inglaterra do século XVIII foram Daniel Defoe, Samuel Richardson e Henry Fielding. Eles contribuíram para ascensão e consolidação do romance como gênero literário. No Brasil, o romance desenvolveu-se com maior liberdade e atraiu o público leitor. O novo público começa a ler romances que recriavam a cidade, as ruas e a vida de uma classe social emergente: a burguesia. O novo gênero que surgiu na Inglaterra promoveu o crescimento do comércio, a proliferação de revistas e jornais, de cunho popular e literário. Os escritores brasileiros como José de Alencar e Machado de Assis sofreram influências dos escritores ingleses, no entanto, essa influência não foi refletida somente nos romances desses escritores, foi sentida também nos negócios, na cultura e na vida social do Brasil. Alguns exemplos dessa presença são igualmente revelados nas obras de Machado de Assis por meio das citações, das referências e das alusões. Machado de Assis, sempre quando possível, faz referências aos escritores ingleses tanto dos séculos XVI e XVIII quanto do século XIX, tais como Shakespeare, Swift, Fielding. Sterne, Lamb e Dickens entre outros romancistas ingleses.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
NUTO, Rosângela C. Suzana Madeira D.B. Ms. UNB 2006
Título: Filmando literatura brasileira: adaptações de Memórias póstumas de Brás Cubas por Julio Bressane e André Klotzel
Sinopse: Esta pesquisa analisa as adaptações cinematográficas do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, realizadas respectivamente pelos cineastas Julio Bressane (Brás Cubas, 1985) e André Klotzel (Memórias Póstumas, 2001), e como as particularidades do gênero narrativo do texto original foram solucionadas nas respectivas adaptações. Para tanto, são apresentados aspectos relativos às relações entre Literatura e Cinema, adaptação, narração cinematográfica e tradições narrativas. Assumindo o romance machadiano como inserido no gênero da sátira menipéia, com base nas teorias literárias de Mikhail Bakhtin e teorias cinematográficas de Robert Stam, busca-se analisar os filmes ressaltando as convergências, divergências e afinidades entre as obras e o romance. Sobretudo tendo em vista que ao se filiarem a diferentes tradições narrativas cinematográficas, os cineastas valorizaram facetas diferenciadas da obra original para a criação de uma nova obra artística.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
MORAES, Rosemary A.A. Maria Rosa Duarte O. Ms. PUC/SP 2008
Título: A paternidade autoral em Memórias Póstumas de Brás Cubas no contexto do modelo realista-naturalista do século XIX
Sinopse: A proposta deste estudo é investigar como a divisão autoral é processada no romance Memórias Póstumas de Brás Cubas e qual sua representação para o cientificismo-realista literário do século XIX. Apresenta como foco central o questionamento sobre a paternidade autora. A análise crítica se concentrou nas estratégias dessa disseminação autoral por meio de três princípios básicos: a duplicidade dos prólogos de abertura entre Brás Cubas autor suposto - e Machado de Assis - a assinatura autoral inscrita no livro; a ficção do autor morto e a concepção de autobiografia como retrato do autor real, colocando em questão as fronteiras entre autor ficcional e empírico; as citações truncadas e os contínuos deslocamentos do autor suposto Brás Cubas - para a função de leitor do próprio livro que escreve, o que faz do leitor autor, promovendo a corrosão da unicidade autoral. Como conclusão, o estudo demonstrou que o questionamento da paternidade autoral em Memórias Póstumas foi um elemento desestabilizador do modelo de romance do realismo-naturalismo do século XIX, bem como abalou os pressupostos da crítica de fontes por meio da ficção de leitura autoral responsável por citações roídas de um autor-leitor que nos fala do outro lado do mistério
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
RIUKSTEIN, Rosemeri A. PUC/SP 2007
Título: A construção do erro trágico na arquitetura do romance Dom Casmurro de Machado de Assis
Sinopse: Esta dissertação se propõe a interpretar a dúvida, desde a concepção clássica à moderna, a partir de sua função estrutural na narrativa DOM CASMURRO. Os elementos estéticos, que interagem na sua arquitetura, são a metáfora e a ironia, procedimentos que ajudam a construir o erro trágico do narrador-personagem Bentinho e sua visão existencial na intriga da casmurrice. A fundamentação teórica parte da Poética de Aristóteles e se estende aos teóricos modernos: Schopenhauer (1966), Kierkegaard (2005), Bérgson (1983), Todorov (1969), Paz (2005) e outros. O objeto de pesquisa é a evidência do erro causado pela dúvida sob o efeito poético na arquitetura do romance .O erro trágico, ironicamente, afeta toda a narrativa pela ótica do autor- narrador Casmurro, preparando a visão moderna do romance machadiano. O primeiro capítulo intitulado A construção do erro trágico apresenta a concepção clássica de Aristóteles seguida pela concepção moderna de vários autores, fazendo a correlação da metáfora e da ironia com a construção dúvida de Casmurro. O segundo capítulo, sob o título Tradição x Modernidade, trata do conceito de tragédia grega e do elemento trágico e sua função na ruptura de valores do passado. O terceiro capítulo intitulado A dupla função do erro trágico trata da catarse aristotélica e seu efeito estético dado à tragicidade do viver. Nas considerações finais, discorremos sobre os efeitos gerados pelo processo catártico da tragicidade por meio da metáfora da dissimulação do olhar de Casmurro, em decorrência da construção do erro trágico na arquitetura do romance DOM CASMURRO de Machado de Assis.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
PICOLO, Sandra Regina Terezinha F.T.D.F. Dr. PUC/SP 2005
Título: O conto O enfermeiro de Machado de Assis em três versões: jornal, livro e roteiro
Sinopse: Esta pesquisa tratará o conto O Enfermeiro de Machado de Assis em sua passagem do jornal ao livro e deste ao roteiro para cinema, à luz das transformações textuais exigidas pela materialidade de meios diferentes. Inicialmente é necessária uma abordagem sobre a imprensa brasileira, pois o conto, objeto investigado, era um gênero publicado nas páginas dos jornais, na era da reprodutibilidade industrial. O jornal surge, então, como produto deste meio. Por outro lado, o livro exigia uma leitura mais pausada e atenta; era uma espécie de voz individual acessível a poucos. Este estudo inicial é de suma importância para que se possa observar, depois, a projeção da arquitetura do conto no roteiro, ou seja, um estudo da perspectiva do fenômeno narrativo. A hipótese norteadora da investigação é a de que a matriz do conto literário, quando traduzida para a mídia - jornal e roteiro nesse caso específico - sofre alterações no que se refere ao efeito estético, gerando redução de seu caráter de duplicidade para atender a uma recepção mais passiva. No caso do conto em questão, publicado pela primeira vez na Gazeta de Notícias de 13 de julho de 1884, além do título de apelo intimista - Coisas íntimas - , há ainda explicações e adendos facilitadores da leitura, suprimidos na versão em livro. Nesta, além da mutação do título para O Enfermeiro, observa-se um esforço de condensação com conseqüências para a intensificação da duplicidade da imagem do autor-narrador-personagem Procópio, simultaneamente culpado e inocente do crime. Já no roteiro para cinema, realizado por Melanie Dimantas, em 1998, ocorrem expansões e supressões de cenas, que acabam dirigindo a interpretação para uma oposição entre inocência premeditação, implicando redução dos efeitos de duplicidade.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
CAVALCANTI, Sara A. Costa Ana Lucia M.O Ms. UERJ 2007
Título: O vôo fênix no canto do cisne : reflexões sobre a vida e a morte no conto "Viver!", de Machado de Assis
Sinopse: A partir do conto intitulado âViver!â, de Machado de Assis, publicado na Gazeta de Notícias em 1886 e, posteriormente, como parte da coletânea denominada Várias histórias, reunida em livro em 1896, são tecidas consideraçõs literárias e filosóficas sobre o sentimento de tedium vitae num instante imaginário em que o tempo e, consequentemente, a vida findará. No conto que dá tema a esta dissertação, o autor coloca em diálogo a lenda do judeu errante e o titã Prometeu, e sugere reflexões sobre a história da civilizaçãoo vista teleologicamente e o enfaro do homem que assiste à sequência de ruínas e projetos sonhadores que se antagonizam. A peculiaridade da narrativa fez com que os prefaciadores da edição crítica de Várias histórias, da qual são extraídas as citações a que faremos alusÃo no presente trabalho, afirmassem que dentre as dezesseis estórias do [nosso] livro, quatro são nitidamente contos filosóficos; [...] Um apólogo a disquisição gnóstica de Adão e Eva, a comovida crítica das quimeras quiliÃsticas de âViver!â e, finalmente, O Cônego ou metafísica do estiloâ (ASSIS: 1975). A insólita circunstância a que o autor nos conduz, numa situação de extremo espaço-temporal, permitiu-nos, aventurar considerações de ordem retórica e filosófica e fazer (quem sabe?) herdar questães a respeito do encontro de várias tradições culturais, reinscritas e interagentes na composição da trama literária. A excepcionalidade dessas poucas linhas, escondidas e quase esquecidas dentro do universo machadiano, organizadas na forma de um diálogo grego, evocando terminologias e linhas de pensamento que o leitor costumeiro do célebre contista facilmente reconhecerá, talvez explique o motivo desta dissertação. Eis o que Machado nos oferece - uma trama repleta de relações intra e extratextuais com poder de atrair qualquer um que se detenha diante da obra do autor de Quincas Borba não apenas para passar o tempo. Para melhor conduzir o exame do conto em foco neste trabalho, foram privilegiados três veios de pensamento, a saber: a reinserção mitológica, a retórica e a filosofia. Os referidos temas estã devidamente distribuidos em capítulos que compôem a estrutura desta dissertação segundo esclareceremos a seguir. No primeiro capítulo, âDelíios de fogo e de vidaâ, o recurso da reinserção temática é tratado, uma vez que os devaneios in extremis do personagem principal do conto sã permitidos graças aos empréstimos que o autor faz à lenda do judeu errante, ao mito de Prometeu, Às narrativas que cercam a antiga cidade egípcia de Tebas, provocando um nomadismo mitológico que transporta, utiliza a bagagem que cada citaação evoca e inscreve tais narrativas num novo universo textual. A pragmática do convencimento na retórica de que se utiliza o titã constitui o tema do segundo capítulo, intitulado âDa campa ao berÃo, um devaneio in extremis. Trata dos devaneios ocorridos no espaço entre a meditação e o sonho, na expectativa da tônica incorruptível que conceda ao homem um futuro glorioso. Segundo teremos a ocasião de demonstrar, a mensagem, que se diz divina porque científica e vice-versa, À construída retoricamente com o objetivo de acender no homem enfarado por seu árduo caminho o fogo dos deuses. O âDiÃlogo de titãs é ocorrido em algum lugar entre vilarejo de RÃeken e o Morro do Livramento, expressão que intitula o terceiro capítulo, define a expectativa de abordar as aproximações existentes entre os dizeres de Nietzsche e do escritor brasileiro diante do superlativo humano que viram ser construído, num mundo onde a propaganda cientificista se apresenta como letras douradas num epitáfio e onde, talvez, se deva considerar a possibilidade de viver a partir de uma filosofia que subsista, mesmo que a golpes de martelo. Forjando ao calor da mímesis um diálogo entre mitos, dialogando com sua época, dialogando com o leitor, Machado de Assis também dialoga, tensamente, com a voz que tenta obrigar ao caminho o homem que, primeiramente, se esquiva, para depois se deixar encantar, quase tocando e quase abradando, as possibilidades sempre adiadas, vivenciadas apenas na dimensão do sonho, como uma condição dada e nunca experimentada de voar.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
BASTOS, Semiramis D. T. Patricia Lessa F. Cunha Dr. UFRGS 2006
Título: Estratégias composicionais de um autor brasileiro : um estudo sobre a ironia, a paródia e a sátira em constos de Machado de Assis
Sinopse: Nesta tese, pretendo desenvolver um estudo comparatista com o objetivo de demonstrar o efeito de crítica cultural implícito no uso da ironia e da paródia de discursos não-literários em contos de Machado de Assis. Este trabalho visa também investigar a relação das narrativas desse autor com o gênero sátira ¿ a partir do manejo das referidas estratégias composicionais ¿ e, assim, ressaltar a especificidade do seu realismo e a natureza de sua perspectiva satírica, quando comparada às que se apresentam nas sátiras de Voltaire (Cândido) e de Swift (As Viagens de Gulliver) ___________________________________________
Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
YAMASHIRO, Setuco Leda Tenorio da Motta Dr. PUC/SP 2005
Título: Intertextualidade e hipertextualidade em Machado de Assis: a modernidade em Quincas Borba
Sinopse: A presente tese tem por objetivo mostrar o que é a modernidade da obra de Machado de Assis e o quanto é extensiva ao romance Quincas Borba, que, muitas vezes, é relegado a um segundo plano, como se fora uma obra menor. A modernidade machadiana está ligada à modernidade que, a partir do século XIX, se estende da filosofia à arte e que busca destruir a metafísica fundada no sujeito. Jacques Derrida é um dos filósofos desconstrutores da metafísica, e sua filosofia da linguagem é um instrumental importante para melhor se compreender a modernidade machadiana. Outro aspecto importante da modernidade da obra de Machado de Assis reside na consciência da linguagem de seu autor, que resulta numa escritura tecida de metalinguagem e intertextualidade. A grosso modo, disso se constitui o trabalho.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
RIZZO, Talitha Helena S. Maria Thereza M.Z. Ms. Mackenzie 2007
Título: As formas da adaptação cinematográfica e o narrador Brás Cubas
Sinopse: O presente trabalho trata da relação entre literatura e cinema, discutindo a questão do ponto de vista teórico, além de trazer uma aplicação prática de análise, em que se traça um estudo comparativo entre textos das duas esferas semióticas. Nos capítulos teóricos, discute-se, em primeiro lugar, a questão da adaptação cinematográfica, atentando-se especificamente para as suas relações com a literatura. A visão aqui adotada baseia-se no conceito bakhtiniano do dialogismo e procura afastar-se do veio crítico bastante comum que fundamenta as análises romance-filme na discussão da fidelidade e que compreende adaptação como uma forma de tradução. O trabalho traz ainda material teórico relacionado à focalização nas narrativas ficcionais. Debate-se tal questão no que diz respeito tanto à teoria literária como à linguagem fílmica, apontando para fatores de aproximação bem como afastamento entre as duas. A análise tratará no romance Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis e no filme Memórias póstumas, de André Klotzel, da configuração do foco narrativo em cada uma delas separadamente, complementando-se por um momento de ponderação da relação entre as obras.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
SILVA, Tânia de Cássia Beatriz Berrrini Mr. PUC/SP 2006
Título: Memórias póstumas de Brás Cubas: A caracterização de Virgília à luz das figuras de linguagem
Sinopse: Esta dissertação foi concebida a partir da idéia de se fazer uma análise da personagem Virgília - das Memórias Póstumas de Brás Cubas - através das Figuras de Linguagem. Para sua realização, foram utilizadas como fundamentação teórica as concepções dos seguintes pesquisadores: Roland Barthes, Chaïm Perelman, Paul Ricoeur, Frederick Nietzche, Olivier Reboul, Quintiliano, Aristóteles, Gèrard Genette, Tereza Lúcia Halliday, Walter de Castro, Hélio de Seixas Guimarães e Ana Cecília Lessa, Beth Brait, Vladímir Propp, Soren Kierkegaard, Márcio Gimenes de Paula, Henri Bergson e Douglas Colin Muecke. Todos eles, de uma forma ou de outra, diretamente ou indiretamente, direcionaram seus estudos à Retórica. A importância desta disciplina advém do fato dela ser, desde a Antigüidade, imprescindível à formação intelectual do povo grego, já que seu objetivo principal era ensinar "a falar e escrever bem", ou seja, era estudar os "meios de persuasão" presentes no discurso. E como nenhum discurso é desprovido de segundas intenções, sabia-se, já naquela época, que a manutenção do poder provinha do domínio das "técnicas persuasivas". Assim, partindo desses conceitos, procurou-se justamente colocar em evidência os recursos retóricos, ou melhor, as figuras de linguagem utilizadas por Brás Cubas o narrador das "Memórias" na caracterização de Virgília. Mas, para isso, não se perdeu de vista este narrador autodiegético (a única voz a narrar a história), porque é claro que ele irá se aproveitar desta situação para denunciar as mazelas sociais, ainda que tenha de expor a si mesmo (enquanto protagonista) e Virgília, seu antigo caso amoroso
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
MORENO, Teresa de Jesus G. Sueli C. Marquesi Ms. PUC/SP 2008
Título: O conhecimento prévio e a referenciação na atividade de leitura
Sinopse: Esta dissertação situa-se na linha de pesquisa Leitura, Escrita e Ensino de Língua Portuguesa, seu tema é a produção de inferências, e o problema que a motivou tem sua origem nas dificuldades observadas na compreensão da leitura realizada por alunos do Ensino Médio. Selecionamos, como corpus, um texto de Machado de Assis, Crônica publicada no jornal Gazeta de Notícias, em 19 de maio de 1888, baseados, sobretudo, na ativação de elementos do conhecimento prévio que ele requer do leitor. O objetivo geral deste trabalho é situar o processo inferencial como um processo que contribui para a compreensão da leitura, e, especificamente, verificar qual é o conhecimento prévio que o leitor necessita ativar para compreender o texto analisado, como ocorre o processo de referenciação do texto e se reconhecer o elemento anafórico auxilia sua compreensão. Para seu desenvolvimento, fundamentamo-nos em estudos de Apothéloz, 2003; Brown &Yule, 1993; Dell Isola, 2001; Fávero, 2004; Kleiman, 1989; KOCH, 2004a, 2004b, 2005a, 2005b; Koch &Elias, 2006; Koch &Marcuschi, 1998; Koch &Travaglia, 1995; Marcuschi, 1985, 1999, 2001, 2005, 2007; Mondada &Dubois, 2003; Solé, 1998; Trevisan, 1992 e Van Dijk, 1984 e 1996. Evidencia-se, assim, a relevância de atuarmos com o conhecimento prévio, por meio do conhecimento sobre a vida do autor, do conhecimento sobre o contexto de produção do texto, do conhecimento sobre o seu léxico e da força ilocucionária, e com a referenciação, para orientar o leitor na compreensão do texto, por meio de inferências. Finalizando a dissertação, procuramos apontar perspectivas facilitadoras para o ensino de leitura, no Ensino Médio.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
CRUZ Jr., Dilson Ferreira da Izidoro Blikstein Dr. USP 2006
Título: O ethos do enunciador dos romances de Machado de Assis: uma abordagem semiótica
Sinopse: Definido por Aristóteles como o caráter ou a imagem que o orador constrói de si para ganhar a adesão de seus ouvintes, o ethos constituiu ao longo da história um dos principais núcleos de estudos retóricos. Nas últimas décadas, a partir, principalmente, dos trabalhos de Ducrot e de Barthes, o conceito passou a ser estudado também pelas demais ciências da linguagem, que passaram a utilizá-lo para explicar os mecanismos implicados no fazer persuasivo. É nessa linha de investigação que se insere este trabalho, porém com a diferença de que se busca analisar o ethos não mais em discursos puramente persuasivos, como o político ou o publicitário, mas em textos poéticos. Em termos mais específicos, procura-se determinar o ethos do enunciador da obra romanesca de Machado de Assis. O ethos analisado não é, portanto, o do narrador, isto é da instância que afirma eu no interior dos romances, nem, tampouco, o do cidadão Joaquim Maria Machado de Assis. O objeto deste estudo é o enunciador pressuposto ou, como afirma Greimas, com o ator da enunciação. O trabalho articula-se em três momentos. No primeiro, procura-se construir uma reflexão sobre o tema alicerçada na retórica antiga, na semiótica e na análise do discurso. No segundo, investiga-se o comportamento das cinco variáveis que foram eleitas para determinação do ethos do enunciador: configurações narrativas e discursivas, instalação do narrador, delegação do saber, níveis narrativos e contrato enunciativo. Finalmente, na ultima parte, é apresentada a síntese dos achados e as conclusões que a partir daí puderam ser obtidas.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
CRUZ, Jr. Dilson Ferreira da Izidoro Bliksein Ms. USP 2001
Título: A Crônica em Machado de Assis: Estratégias e Máscaras de um Fingidor.
Sinopse: A atividade de Machado de Assis como cronista estendeu-se praticamente por toda sua carreira, tendo suas crônicas recebido sucessivas edições. Todavia, a crítica, no mais das vezes, tem entendido esses textos como sendo ora um documento histórico, ora um laboratório no qual Machado se preparava para uma literatura ''mais séria''. Este trabalho pretende constituir um olhar diferente para a pena hebdomadária do escritor, como ele mesmo chama sua crônica: não mais como uma experiência ou registro historiográfico, mas como texto literário que tem seu valor enquanto tal. Este trabalho analisa as crônicas publicadas na coluna A Semana, entre abril de 1892 e dezembro de 1893, data em que Machado já havia produzido boa parte de sua obra mais expressiva. As crôncias recebem aqui um duplo enfoque: o da crítica literária e o do análise do discurso. no primeiro enfoque, foram lembradas as visões que Candido Schwarz, entre outros, têm da obra de Machado. No segundo, procurou-se averiguar em que medida as teorias de Bakhtin, sobre a presença do outro no discurso, e de Ducrot, sobre a multiplicidade de ''eus'' presentes no enunciado, contribuem para o entendimento do texto como sendo um objeto heterogêneo que encerra a presença de diversas vozes que expressam seus pontos de vista sobre o mundo. O instrumental teórico adotado terminou por revelar que a crônica de Machado articula-se em dois eixos: é um discurso sobre o ato de narrar e é o espaco de encontro de inúmeras vozes portadoras de discursos que se definem na medida em que se confrontam. Sua dupla articulação permite-lhe, ainda, não só relatar sua realidade, mas reproduzi-la na materialidade do texto.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
CALBUCCI, Edaurdo FORIN, José Luiz Dr. USP 2007
Título: A construção do ator da enunciação em romances com narrador-personagem: a experiência machadiana em 'Mémorias póstumas de Brás Cubas'
Sinopse: Esta tese tem seus objetivos centrados em problemas de enunciação, entre os quais se destacam aqueles que remetem às relações entre enunciação e enunciado, enunciador e narrador, enunciatário e narratário, foco narrativo, éthos e estilo. O corpus de análise é formado pelos nove romances de Machado de Assis, com atenção especial às Memórias póstumas de Brás Cubas. A abordagem lingüística da obra literária não é tarefa simples, fundamentalmente porque certos textos literários, como os machadianos, apresentam procedimentos discursivos que não são fáceis de ser explicados. Nossa idéia é a de levantar esses problemas de enunciação suscitados pelos romances machadianos - como, por exemplo, a ironia e a delegação de voz - e estudá- los de acordo com os pressupostos da Semiótica de linha francesa e, quando necessário, aproveitando noções de outras teorias do discurso. Dessa maneira, nosso trabalho poderá funcionar como uma "gramática discursiva" das Memórias póstumas, o que permitirá tocar em questões que não estão plenamente solucionadas pelos estudos lingüísticos ou literários. Um objetivo específico da pesquisa é mostrar como se constrói o ator da enunciação em Machado de Assis a partir de Memórias póstumas de Brás Cubas, uma espécie de súmula de sua obra, pois esse romance oferece indícios suficientes para sugerir o éthos machadiano. Apesar de a apreensão do éthos do enunciador depender sempre de uma totalidade de discursos, procuramos comprovar que romances com narrador-personagem, por apresentar marcas textuais que levam à distinção semântica entre a enunciação de 1º grau e a de 2º grau, permitem que se depreendam sinedoquicamente os traços característicos de um ator da enunciação. Ressalve-se que isso não nos dispensou da obrigação de comprovar esse éthos com a totalidade da obra do escritor.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
SOUZA, Luiciana Fidelis Helena H. Tornquist Ms. UFSC 2005
Título: Leituras de Capitu: Novas narrativas, outros olhares.
Sinopse:
Os olhos de ressaca da personagem Capitu além de atrair, arrastar seduzir e fascinar Bentinho, o narrador-personagem de Dom Casmurro, também atraem, arrastam seduzem e convidam outros autores a escreverem diferentes textos a seu respeito, tornando-a assim, uma personagem múltipla. Textos como o de Lygia Fagundes Telles e Paulo Emilio Salles Gomes, Capitu, José Endoença Martins, Enquanto Isso em Dom Casmurro, o de Fernando Sabino, Amor de Capitu, o de Domício Proença Filho, Capitu - memórias Póstumas, o de Maria Velho da Costa, Madame, o texto de Dalton Trevisan, "Capitu sou eu" e o de Moacyr Góes Filho, Dom constroem personagens chamadas, ou apelidadas de Capitu, em diferentes épocas, inspiradas no romance de Machado de Assis. Os romances Capitu, Amor de Capitou e Capitu - memórias póstumas são leituras de Capitu que mais se aproximam da personagem de origem. Porém, nas obras Enquanto Isso em Dom Casmurro, Madame, "Capitu sou eu" e Dom, Capitu é inserida em outros contextos e apresenta identidades bem diferentes. É nesses textos que se centra a análise deste trabalho, que investiga as diversas representações ou releituras da personagem Capitu em diferentes gêneros textuais: romance, teatro, conto e cinema. As críticas literárias e as leituras de Capitu enaltecem, ainda que por vezes de forma ambígua e paródica, a personagem de Dom Casmurro. Essas referências à personagem atravessam os séculos, colocando-a sempre em evidência, seja na incessante leitura que dela faz a crítica literária, seja na forma como a ficção a recria em diferentes gêneros. Esse é o grande mistério da famosa Capitu: o de atrair escritores, críticos e pesquisadores, contribuindo decisivamente para a canonização do seu criador, Machado de Assis.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
ALBANO, Sandro Albino Helena H. Tornquist Ms. UFSC 2006
Título: Em cena: Os bastidores da sociedade brasileira em Contos de Machado de Assis
Sinopse:
O presente estudo procura mostrar a evolução do tratamento das questões sociais nos contos de Machado de Assis, a partir dos Contos Fluminenses (1870) até Histórias sem Data (1884), sem deixar de considerar narrativas de outros momentos, de modo especial quanto à necessidade de usar máscaras para viver em sociedade. Como Machado de Assis foi também um mestre na arte do drama e herdou muitos recursos do teatro, percebe-se que as cenas vão-se tornando relevadoras do que as pessoas ocultavam. Mostrando os personagens em cena, o narrador faz ver como as pessoas agiam para alcançar seus interesses numa sociedade de classes. Ou seja, pela leitura dos contos, vemos no palco do século XIX, um cenário em que agem pessoas hipócritas, interesseiras e ambiciosas entre as quais os agregados, que na ânsia de escalada social, lutam para alcançar o status da classe privilegiada ao lado dos que, no topo da pirâmide, agem por conveniência. Denunciando todas as mazelas sócias da época, o escritor dirige seu olhar também para os bastidores da miséria, para os marginalizados, que tentam continuar o espetáculo da vida, de modo especial, os escravos. Procura-se mostrar nesta leitura, que nos contos, eram construídas cenas reveladoras de uma sociedade que ocultava suas frustrações à luz das aparências.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
FURLAN, Stélio Tânia Regina O. Ramos Dr. UFSC 2001
Título: Seduções & Desencantos - Machado de Assis: Um crítico do Século XIX
Sinopse: Estudo do discurso crítico de Machado de Assis, ativado a partir da Segunda metade do século XIX, cuja discussão sobre a produção literária suscita uma reflexão acerca da natureza da arte e da sua relação com o cultural. Trata-se de uma pesquisa sobre as condições e constrições de possibilidade da prática crítica, passando pela noção de valor (como estratégica significante), pela questão do cânone e pelos processos de hibridação, modus operandi por excelência do discurso crítico machadiano.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
SANTOS, Jeana Laura C. João Hernesto Weber Dr. UFSC 2002
Título: : Experiências Pioneiras de Machado de Assis sobre o jornal
Sinopse:
A autora se propõe trazer à tona um instante pioneiro de experimentação do corpo móvel e público do jornal através da perspectiva de Machado de Assis na virada do século XIX para o XX. Tal perspectiva se dá, num primeiro momento, quando o autor carioca faz a travessia do livro ao jornal por intermédio da crônica, e, num segundo momento, quando faz a travessia ao revés: do jornal ao livro através de Memórias póstumas de Brás Cubas. Nestas passagens, Machado de Assis elucida algumas percepções novas no imaginário da época, subscritas aqui pelas experiências de fragmentação, movimentação, choque e coletivização do corpo cultural e social, refletidos na forma moderna e reprodutível do jornal. Tais experiências, promovidas pela perda da aura artística numa época de reprodutibilidade das técnicas, seriam teorizadas muitos anos depois por Walter Benjamin no contexto europeu. Já no capítulo inicial, a autora busca no filósofo alemão fundamentos dialéticos para apoiar a visão machadiana do veículo, em que pese a distância de tempo e espaço entre os dois autores.
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Autoria - Orientação - Grau - Local - Data
MORATORI, Crismery C. A. Ms. UFES 2003
Título:Machado de Assis,a moral e a treansgressão: o ethos de uma arte afirmativa.
Sinopse:Analisa o ethos narrativo de três contos de Machado de Assis, nos quais a transgressão dos valores morais preside as ações dos personagens e deflagra inusitadas posturas e julgamentos dos narradores. Aproxima a arte literária de Machado de Assis, a qual expõe as estranhezas e contradições de valores caros ao Ocidente cristão, do exercício filosófico de Friedrich Nietzsche, pensador que propôs a genealogia e a crítica das estruturas de pensamento de nossa civilização. Conclui que o renomado escritor brasileiro produziu arte realista antes sob o signo da afirmação que do desencanto, e que as características saudáveis dessa produção – na qual a transgressão e seus efeitos têm lugar de destaque – só que podem ser reconhecidas por um pensamento que questione e divirja dos tradicionais sentidos de ‘bom’ e ‘mau’ em voga desde a cristianização de nosso mundo.
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Autoria - Orientação - Grau – Local - Data
ÂNGELO, Darlene Vianna G. Ms. UFES 2004
Título: A erótica narrativa: a escrita criativa de Ana Maria Machado
Sinopse: O objetivo deste ensaio é refletir sobre a criação e a linguagem a partir de uma articulação entre Teoria Literária e Psicanálise iluminada pela escrita criativa de Ana Maria Machado. A tentativa é de teorizar os efeitos de uma leitura buscando elementos que dizem respeito à erótica em jogo tanto em sua escrita, quanto em qualquer outra que se considera literária. Lançou-se mão, para isso, de alguns de seus textos de ficção e de crítica. O que se quer afirmar é que o erotismo presente em toda narrativa, em toda Retórica/Poética, é o que transforma uma escrita qualquer em escrita criativa, em Literatura. É a poesia que se insurge na prosa o que a erotiza. E abordar um texto pelo viés de uma erótica quer dizer explicitar suas relações com o prazer, o gozo e o desejo, com seu verdadeiro modo de produção, tornando-o capaz de desfazer a distância entre escrita e leitura, criando um espaço transgressor onde um leitor pode passar da posição de consumidor de um texto a produtor de um outro.
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Autoria - Orientação - Grau – Local - Data
PERINI, Ruy Ms. UFES 2005
Título: “Não consultes médico”: a loucura na obra de Machado de Assis
Sinopse: A dissertação estuda a loucura conforme a sua abordagem através da história e na obra literária de Machado de Assis, principalmente no conto “O Alienista”, analisando particularmente o sua protagonista, o Dr. Simão Bacamarte. Analisa também outros personagens como o Rubião, Bentinho e o Quincas Borba nos romances “Quincas Borba”, “Dom Casmurro” e “Memórias póstumas de Brás Cubas”. Outros textos são analisados, na medida em que interessam no esclarecimento da visão machadiana do tema. A loucura, bem como outros temas de interesse social como a saúde pública, é recorrente na obra ficcional, crítica e também documental de Machado de Assis. Criado dentro de um ethos positivista e dirigindo parte de sua produção com essa estrutura, reconhecia, entretanto, que a obra literária tem sempre algo do escritor, o que implica em uma visão muito própria da realidade subjetiva. Não se trata da visão idealista do Romantismo, nem tampouco da fria e técnica visão realista do Real/naturalismo. O autor acredita que Machado de Assis desenvolveu um estilo próprio, tendo recebido influência dos clássicos já bastante estudados e reconhecidos no seu paideuma, mas também com uma influência direta, pois contemporânea, do Simbolismo. O Surrealismo também é estudado nesse trabalho, muito embora participe de uma estética completamente diferente da de Machado, pela sua estreita relação coma psicanálise, campo clínico e teórico indispensável no estudo do tema, e por acreditarmos que esses dois movimentos se aproximam do que chamamos de “antialienismo” de Machado de Assis.
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Autoria - Orientação - Grau – Local - Data
SILVA, Patrícia Soare Maria da Piedade M.S. Dr. UFPE 2007
Título: Dos antigos e dos modernos se enriquece o pecúlio comum: Machado de Assis e a literatura greco-latina
Sinopse: Ao estudarem as obras de Machado de Assis, analistas como Passos (1996, p. 10) identificaram um “belo arsenal literário haurido em outras literaturas”. Uma parcela desse conjunto de referências pertence à literaturas grega e latina, cujas citações explícitas, em cinco romances machadianos, são tratadas neste trabalho. As obras constituintes do corpus são: Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, D. Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires. Para analisar os textos sob o enfoque eleito, lançamos mão de um percurso teórico integrado por conceitos como dialogismo, intertextualidade e paródia, conforme trabalhados em escritos de Bakhtin (2002b), Koch (2001), Hutcheon (1989) et al. Para situar a nossa leitura no plano dos críticos que se ocuparam das citações na obra machadiana, recorremos a Magalhães Jr. (1957), Miguel-Pereira (1988), Candido (1993) e ao próprio Assis (2004). Em linhas gerais, verificamos que, nos romances por nós estudados, as alusões paródicas se mostram como o modus operandi mais recorrente, uma vez que Machado de Assis constrói novos significados para as referências aos textos gregos e latinos. Isso nos faz ver que o tom predominante, nessas paródias, é o de afastamento, conseguido por meio da reinvenção de uma dada referência. Percebemos, assim, que é esse o processo mais propício ao sentido de reconstrução dado por Machado às citações.
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Autoria - Orientação - Grau – Local - Data
CARREIRO, Diego R.A. Maria da Piedade M.S. Dr. UFPE 2006
Título: Entre a galhofa e a melancolia: Machado de Assis e a tradição herói-cômica
Sinopse: Da década de 1970 até os dias de hoje, a crítica especializada tem mostrado que o discurso paródico e a aproximação carnavalesca do alto e do baixo, do sublime e do grotesco, do épico e do cômico, caracteriza a ‘segunda fase’ romanesca da obra de Machado de Assis, ignorando-se que a poética híbrida desejada pelo autor não se limitou à seara da prosa. Neste trabalho, estudamos, à luz dos conceitos de paródia e carnavalização, os poemas Pálida Elvira (1870) e O Almada (187-), com vistas a mostrar que neles Machado de Assis põe em prática, antes das Memórias póstumas de Brás Cubas – romance que, segundo Enylton de Sá Rego (1989: 165), não é outra coisa senão uma “re-escritura cômica do épico” –, a sua teoria da epopéia moderna, na qual, enviesadamente, se arma com os conceitos de paródia e apropriação. O resultado da análise identifica mais um traço de filiação na obra machadiana, ainda não devidamente registrada pela fortuna crítica do autor
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Autoria - Orientação - Grau – Local - Data
FRANÇA, Eduardo Melo Anco Márcio T. Vieira Ms. UFPE 2008
Título: Ruptura ou amadurecimento? Uma análise dos primeiros contos de machado de assis
Sinopse: Esta dissertação estuda os contos de Machado de Assis publicados até 1880, e que até hoje se convencionou chamar de “fase romântica” de sua obra. Demonstramos que é possível localizar entre esses primeiros contos, dez dos principais tópicos — ou “problemas”, como define Antonio Candido — considerados pela crítica como fundamentais e caracterizadores de sua obra dita madura. Em outras palavras, mostramos que o que ocorre na década de oitenta, em relação aos seus contos não é o que podemos chamar exatamente de ruptura, mas de evolução e amadurecimento. Ao apontarmos entre esses primeiros contos a presença dos mesmos problemas que também estão em seus melhores contos, demonstramos como ocorreu o desenvolvimento de suas idéias e estilo.
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