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Biografia
Bernardo Élis

Fleury de Campos Curado

Nasceu em Corumbá de Goiás, em 15 de novembro de 1915. Advogado, professor, poeta e escritor proeminente da geração modernista de 1930. Seu pai, também poeta, Érico José Curado, era descendente direto de Inácio Dias Paes, casado com a segunda filha de Bartolomeu Bueno da Silva, que levou-o ao interior do Brasil em busca de ouro e acabou fundando o estado de Goiás. Assim, foi também um “Anhaguera”. Em 1939 transfere-se para Goiânia, onde exerceu a função de secretário municipal e foi prefeito em duas ocasiões. A ambição literária levou-o a transferir-se para o Rio de Janeiro em 1942, mas não se deu bem com a cidade. Pegou um forte resfriado e “no terceiro dia, ainda tossido e espirrando, fiz minha mala peguei o trem ali na Pedro II e vim esbarrar em Goiânia, com o firme propósito de jamais pensar em cidade grande”. Em 1944 lançou seu livro de contos Ermos e gerais, publicado pela Bolsa de Publicações de Goiânia, e arrancou aplausos do público e de toda a crítica nacional. Mário de Andrade escreveu-lhe numa carta: “São coisas de impregnante força, estas que você nos deu, quer as pequenas, quer as mais longas, quer as que pegam o sentido humorístico desses personagens que você observou tão bem. Você tem a qualidade principal pra quem se aplica à ficção”. No mesmo ano casou-se com a poeta Violeta Metran; a vida literária se intensifica; no ano seguinte obtém o diploma de advogado, só para constar; participa do I Congresso de Escritores de São Paulo e de volta à Goiânia funda a Associação Brasileira de Escritores (1945). A partir daí ingressou no magistério, fundou e dirigiu o Centro de Estudos Brasileiros da Universidade Federal de Goiás e foi professor de Literatura na Universidade Católica de Goiás. Tais atividades se realizaram junto com uma produção regular de livros, dentre os quais destacam-se uma coletânea de poesias: Primeira chuva (1955) e O Tronco (1956), um romance escrito numa linguagem muito próximo do homem da roça, que chegou a abalar as elites literárias de Goiás e, tal como Guimarães Rosa, abalou também a concepção de regionalismo. O livro foi transplantado para o cinema em 1999 pelas mãos de João Batista de Andrade e foi premiado nos festivais de cinema de Brasília e Natal (1999) e do Recife (2000). Na década de 1970 exerceu alguns cargos públicos na área cultural, reassumiu o cargo de professor universitário e, em 1975, ingressa na Academia Brasileira de Letras. Desempenhou ainda a função de diretor adjunto Instituto Nacional do Livro, em Brasília, de 1978 a 1985 e no ano seguinte foi nomeado para o Conselho Federal de Cultura. Recebeu diversos prêmios literários: Prêmio José Lins do Rego e Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, pelo livro de contos Veranico de janeiro (1966); Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras, pelo livro Caminhos e descaminhos (1965); Prêmio Sesquicentenário da Independência, pelo estudo Marechal Xavier Curado, criador do Exército Nacional   (1972); Prêmio da Fundação Cultural de Brasília 1987, pelo conjunto da obra, e a medalha do Instituto de Artes e Cultura de Brasília. Faleceu em 30 de novembro de 1997.

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