Nasceu em Maceió, Alagoas, em 19/05/1940. Advogado, jornalista, cineasta e um dos criadores do Cinema Novo. Aos seis anos sua família muda-se para o Rio de Janeiro, onde passa a estudar no Colégio Santo Inácio, dirigido por jesuítas. Entra na PUC para fazer Direito e assume a presidência do Diretório Estudantil. Neste período funda um cineclube juntamente com seus amigos: David Neves, Arnaldo Jabor e Paulo Perdigão, entre outros. Ainda estudante, dirige o jornal O Metropolitano, órgão oficila da UME (União Metropolitana dos Estudantes) e junta-se ao CPC (Centro Popular de Cultura) da UNE (União Nacional dos Estudantes). Seu primeiro filme profissional, em 35mm, é Escola de samba alegria de viver, um dos episódios do longa-metragem Cinco vezes favela. Seus três primeiros longas-metragens Ganga-Zumba (1964), A grande cidade (1966) e Os herdeiros (1969) refletem um período de utopias para o cinema e para o Brasil, onde a ânsia de liberdade norteia a ação dos produtores culturais. Não conseguindo conviver com a ditadura militar, deixa o Brasil em 1969 e passa a viver na Europa em companhia da esposa, a cantora Nara Leão. De volta ao Brasil, realiza mais dois filmes na fase negra da ditadura: Quando o carnaval chegar (1972) e Joanna Francesa (1973). Em meados da década, dirige Xica da Silva (1976), um filme que se aproveita da abertura política para anunciar, em sua exuberância e otimismo, os últimos dias da ditadura política. Foi seu primeiro grande sucesso de bilheteria. Com o fim da ditadura e o surgimento de novos cineastas, o Cinema Novo perde a razão de ser e a polêmica cultural ganha novos rumos e contornos. Neste turbilhão cultural, Cacá Diegues cria a expressão “patrulhas ideológicas” para designar aqueles que perseguiam as novas idéias em nome de velhas teorias. Nesse período de redemocratização dirigiu Chuvas de verão (1978) e Bye bye Brasil (1980), dois de seus maiores sucessos. Seus filmes ganham prêmios e correm o mundo e em 1981 é convidado para integrar o júri do Festival de Cannes. Em 1984 dirige o épico Quilombo, uma produção internacional que o público brasileiro não acolheu como se esperava. Numa época em que o cinema brasileiro começa a entrar em crise, que se cristaliza no governo Collor, ele realiza dois filme com poucos recursos: Um trem para as estrelas (1987) e Dias melhores virão (1989). Para se ter uma idéia da crise, basta lembrar que em fins dos anos 1970 a produção anual era de 100 filmes, enquanto no início dos anos 1990, a produção anual caiu para três ou quatro filmes. Para sobreviver e “para não ficar louco”, como já disse, Cacá realiza em parceria com a TV Cultura, Veja esta canção (1994), marco fundador das relações entre cinema e TV no Brasil. Com a promulgação da Lei do Audiovisual, a produção cinematográfica é retomada e ele realiza Tieta do agreste (1996), Orfeu (1999) e Deus é brasileiro (2002). Estes filmes, adaptados de grandes obras da literatura e do teatro, figuram entre os filme de maior sucesso nesta época. Em 2006, realizou O maior amor do mundo, com roteiro original escrito por ele mesmo, marcando o reencontro com alguns de seus colaboradores. Cacá Diegues é “Officier” da Ordem das Artes e das Letras, da França; Comendador da Ordem de Mérito Cultural; recebeu a Medalha da Ordem de Rio Branco; membro da Cinemateca Francesa e membro do Conselho Superior de Integração Social da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro.
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