"Eu tenho uma relação de amor/ódio com a idéia de transformarem meus livros em filmes. Logo que comecei a escrever, quando ainda não podia me sustentar com meus livros, escrevi alguns especiais para a TV, no Channel 4. Eles tiveram um efeito estranho em mim. Tornei-me muito consciente de que separava um roteiro de um romance. Meu primeiro livro saiu quase como um roteiro, o que me deixou bastante insatisfeito. Passei então a me preocupar em criar algo que fosse impossível de ser duplicado. Achava que se um romance deveria ter ainda alguma importância, deveria bastar por si só, oferecendo algo que não pudesse ser obtido de outra forma. Em suma, queria escrever livros ‘infilmáveis’. Quando cheguei a Vestígios do Dia, estava convencido de ter atingindo meu objetivo. Mas, para minha surpresa, fizeram um bom filme dele".
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/11/1995 - Adriano Schimid
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