"Escrevo sentado, vestido, ao computador de mesa, digitando rapidamente com dois dedos, de vez em quando parando para tomar um copo d’água ou uma xícara de café, de manhã e à tarde, produzindo em média 100 laudas por mês, corpo 14 em Times New Roman, tela branca, no escritório de casa ou na sala da redação. A descrição soa a de uma rotina burocrática, mas o que aprendi foi justamente que a inspiração só vem para quem trabalha por ela. Nos fins de semana, quase sempre, cuido das filhas e passeio, assim como as noites reservo para ler, sair, jogar futebol ou ver documentário e seriado na TV. Quando viajo, anoto febrilmente em um bloquinho. Também costumo carregar no bolso papelotes com achados ou idéias a desenvolver. Às vezes, leio algumas páginas de mestres brasileiros, especialmente Machado de Assis e Graciliano Ramos, para aquecer a fonte verbal. Mas posso também pensar em Ayrton Senna ou Ronaldo como modelos para o que busco no meu texto: uma certa velocidade consciente, uma síntese de eficiência com estilo. Pensar rápido e fundo – existe outra busca a fazer?".
Fonte: Depoimento em 15 de janeiro de 2005
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