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Como escrevo?
Isaac Singer

“Bem, quando me levanto, de manhã, sempre tenho vontade me sentar e escrever. E quase sempre escrevo alguma coisa. Acontece que recebo telefonemas, às vezes tenho que escrever um artigo para o Forward. Ocasionalmente é preciso escrever uma resenha ou dar uma entrevista, sou interrompido o tempo todo. Mas consigo continuar escrevendo. Não preciso fugir Alguns escritores dizem que só podem escrever indo para uma ilha distante. Eles iriam escrever na Lua, só para não ser amolados. Acho que ser incomodado é parte da vida humana, e às vezes é útil, porque você interrompe o que está escrevendo e, enquanto descansa, enquanto está ocupado com outra coisa qualquer, sua perspectiva muda ou seus horizontes se ampliam. Tudo o que posso dizer a meu respeito é que nunca escrevi em paz, como alguns escritores dizem que fazem. O que quer que fosse que eu tinha a dizer, continuei dizendo, não obstante as amolações... A construção da história. Para mim essa é a parte mais difícil. Como construir a história para que seja interessante. Para mim o mais o mais fácil é o ato de escrever em si. Uma vez que tenha construído a história, o ato de escrever – a descrição, os diálogos – simplesmente flui”.

Fonte: Os escritores: as históricas entrevistas da Paris Review. São Paulo: Companhia das Letras, 1988

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