“Um dos primeiros autores que me marcou foi o Garcia Márquez, mas nada comparado com o que aconteceu pouco depois com a Clarice Lispector. Curiosamente, por vários anos, ela me fez mais mal do que bem. No começo, foi uma experiência incrível. Claro, havia muita coisa que eu não entendia, mas lembro-me que a própria Clarice, numa entrevista, afirmou que as pessoas precisavam de uma certa maturidade para compreendê-la. Independente disso, aquela leitura me emocionou. Às vezes, me perguntam: qual sua má influência? Eu sempre digo: a má influência foi a Clarice Lispector. Ela me parecia tão impressionante, que demorei muito tempo para me afastar dela e encontrar minha própria voz. Tanto é que comecei a escrever bem mais tarde”.
Fonte: Ofício da palavra: Belo Horizante: Autêntica, 2014.
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