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Psicanálise
Carola Saavedra

"Em geral sou uma pessoa bastante angustiada, mas essa angústia desaparece quase que completamente quando estou escrevendo. A escrita, o processo da escrita é algo que me dá prazer. Não teria escolhido esse caminho tão difícil se não fosse isso. Não vejo uma relação direta entre literatura e impulsos auto-destrutivos, há esse estereótipo que pouco tem a ver com a realidade. O “escritor-suicida” raramente se torna um escritor porque para construir uma obra é necessário, além do talento, disciplina, constância e tempo".

Fonte: http://g1.globo.com/platb/maquinadeescrever/2008/11/28/entrevista-carola-saavedra/

"Eu sou apaixonada por psicanálise. Há bastante tempo faço análise lacaniana. Acho que a piscanálise me faz pensar a respeito do fazer literário. Uma vez a a minha analista me perguntou: quando você escreve, a escrita é feminina ou é masculina? A partir de que lugar você escreve? A minha resposta foi a seguinte: eu acho que a escrita, como linguagem é fálica e masculina, no sentido de que o narrador é aquele que tem o poder de transmitir sua versão. Esse pensamento, aliás, está presente no Flores azuis. A personagem se entrega totalmente ao homem, mas a partir do momento em que ela escreve as cartas, contando a história deles, ela diz o seguinte: 'Talvez as coisas não tenham acontecido dessa forma, mas como quem escreve sou eu e quem conta sou eu, a história é minha'. Pensando na psicanálise, então ela assume uma posição fálica, uma posição de poder, que é típica de quem narra os acontecimentos. Por outro lado, acredito que o processo de criação seja feminino. É o que me parece tão misterioso na literatura: esse lugar a partir do qual surgem as ideias, um luga do nada, um lugar onde se cria e se habita. Foi por meio da psicanálise, então, que enxerguei esses dois lados da literatura, o que mosta a influência desse campo nas minhas narrativas. Tanto é que muitas pessoas dizem que os psicanalistas gostam dos meus livros. Deve ser pelos questionamentos ali propostos, que muitas vezes surgem do meu processo de análise".

Fonte: Ofício da palavra. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.    

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