“Parente muito próximo da literatura e com momentos exultantes, o jornalismo representava para mim o forno de onde me vinha o pão e assim poder realizar os meus pobres livros à ilharga, nas horas destinadas ao repouso, que eu utilizava vencendo todos os cansaços. Era ele que me punha a mesa sóbria, me substituía os fatos e os sapatos quando muito usados, me pagava os cigarros e os cafés. Sem ele, cuja conquista já me fora tão penosa, eu não podia entregar-me, naqueles dias, ao meu teimoso sono de romancista, que se desdobrava sempre em imensos escolhos”.
Fonte: FREITAS, Helena de Souza. Jornalismo e literatura: inimigos ou amantes? Contribuições para o estudo de uma relação controversa. Lisboa: Peregrinação Pubications, 2002.
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