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Jornalismo
Rosa Montero

"Eu não renego o jornalismo. Sou muito grata ao jornalismo, Patrícia, porque é um trabalho. Para mim, sempre foi um trabalho. O romance é minha paixão, meu jeito de viver e me sentir viva; o jornalismo é um trabalho, mas que trabalho maravilhoso! Comecei a trabalhar com 18 anos, enquanto estudava e, como repórter, pude conhecer outros mundos, que não são apenas os geográficos, mas os físicos... Como você disse, Marcos, você pode ter um nível literário nesse gênero, como Truman Capote. A sangue frio é uma reportagem e é um livro maravilhoso, mas claro que é um gênero muito diferente da ficção. Se você escreve ficção como escreve jornalismo, vai fazer ficção ruim, porque vai ser superficial. E se você escrever jornalismo como escreve ficção, vai fazer jornalismo ruim, porque será confuso. O jornalismo e a narrativa são tão contrários, que acho que estão em lugares totalmente opostos. Por exemplo, no jornalismo, a clareza é um valor. Quanto mais claro e menos ambíguo for o texto, melhor. No romance, a ambigüidade é um valor. Quanto mais leituras o livro permitir, inclusive contraditórias, melhor ele será. Então realmente não acho que meu estilo nos livros seja jornalístico. Acho que tenho um estilo nos romances e outro no jornalismo".

Fonte: Programa Roda Viva, da TV Cultura, 04/10/2006

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"Jornalismo e narrativa são gêneros muito diferentes e até mesmo antitéticos. No jornalismo a clareza é um valor; quanto menos confuso e menos equeívoco fou um texto jornalístico, melhor será. No romance, em contrapartida, o que vale é a ambiguidade. No jornalismo, você fala do que sabe e na narrativa do que não sabe que sabe".

Fonte: GRITTI, Delmino. Dos tijolos da Suméria aos megabytes pós-humanos do terceiro milênio. Caxias do Sul (RS): Liddo, 2007.

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