"Entendo que os poetas e escritores figuram na constelação dos porta-vozes da sociedade. Não pertenço à linhagem daqueles que cantam com as costas voltadas para a História e os olhos fechados para a hora presente, embora admita que eles tênham tanto direito quanto eu de exprimir e comunicar a sua diferença ou alienação. Sou aqui e agora. E, como poeta, desejo que o meu canto seja nutrido pelos sonhos, eperanças e pesadelos dos que não têm voz, e que a minha linguagem fale pelos que não falam e esteja sempre a serviço da vida e do homem. Eu me sentirei recompesando se o leitor, diante do que em mim é celebração e clamor, dádiva e fraternidade, conclua que a liberdade é o mais valioso de todos os bens humanos e o maior de nossos patrimônios culturais".

Fonte: STENN, Edla van. Viver & escrever 1. Porto Alegre: LP&M, 2008.