"Acho que o escritor deve situar o problema humano num dado momento
social, e pode aprofundá-lo dentro dessa referência o mais possível. Se isso redunda em colocação política, a questão me parece inteiramente secundária, acredito que as pessoas não vivam soltas, mas num enquadramento qualquer: elas trabalham para viver, sofrem condicionamentos e pressões, fatos que, em última análise, podem caracterizar uma personagem. Mas eu não sou muito pelas saídas políticas em ficção. Desde que as indicações estejam nítidas, sejam sérias, o leitor por si mesmo chegará as conclusões. É necessário, entretanto, que essa matéria pertença a personagens, faça parte dela e de seu drama. Sem isso, a colocação política vira apêndice, uma coisa solta".
Fonte: Entrevista concedida ao jornal O Estado de São Paulo, em 1973. (resposta extraída do site www.intercom.org.br, em 9/11/2012)