“Digamos que escrevo para tentar separar o mundo-como-tal do mundo-como-idéia. Claro? Bem, talvez tenha outras motivações menos conscientes, mas não tenho melhor justificativa para exercer um ofício tão perigoso… Imaginar-se autor parece-me tamanha petulância que desde que me entendo tento fingir que sirvo para alguma coisa! Não tem adiantado muito, mas à medida que ia aceitando o inevitável descobria que talvez tivesse mesmo que arcar com o estranhíssimo ofício. Pelo menos até verificar se tinha ou não razão em meu sentimento de alarme ante os riscos que corre o espírito sempre que se propõe abordar o real guiado por sua ancestral tendência à abstração".
Fonte: http://versoeprosa.wordpress.com/2008/05/12/por-que-escrevo/