"Tanto na literatura quando na psicanálise, os procedimentos, a polissemia, a ambiguidade semântica são artifícios de linguagem que provocam mudanças nas relações significativas entre textos, motivos, temas, histórias vividas e fantasiadas influenciando modos de ler a si próprio, o outro, o mundo. Por isso é fácil, tanto no universo da literatura como no âmbito da psicanálise, as pessoas confundirem-nas e se confundirem com elas, as palavras. Em sua mobilidade e transitoriedade (estão sempre contextualizadas), se transfiguram quando parecem almejar a permanência, se cristalizam quando poderiam se transformar. Resta saber até que ponto os resíduos desses entrecruzamentos se mesclam e metabolizam, originando novos modos de conhecer e criar, repercutindo no processo da criação literária e no processo psicanalítico. Também fica a saber qual o grau de interferência do escritor e do psicanalista nesse processo e no alvo de seus fazeres – o leitor e o, assim dito, paciente".
Fonte: http://www.celpcyro.org.br (15/10/2016)