por Carlos Drummond de Andrade
“Uma vez eu estava posto em sossego, cerca de meia-noite, e me telefonou o Chico Buarque de Hollanda, pessoa que admiro muito, mas com quem não tenho nem contato. Gosto da música dele. Telefonou e disse: preciso conversar com você. Eu disse: A esta hora da noite? Meu Deus, aconteceu um drama, para o Chico me procurar! Mas disse: pois não, venha. Apareceu em companhia de um cidadão, moreno, magro. Era já meia-noite e meia. O cidadão falou meio enrolado, era o embaixador da Nicarágua no Brasil, que tinha lido uma crônica minha no jornal e achava que eu estava mal informado sobre o país dele. Ah, tenha paciência! Eu tenho noção do que escrevo, compreendeu? Não sou partidário dos Estados Unidos, longe disso, acho a agressão à Nicarágua uma coisa estúpida. Mas não se pode negar que a Nicarágua é uma ditadura. Eles fecharam o La Prensa, onde tenho amigo, o poeta Pablo Antonio Cuadra. E então falei para o Chico: tenha paciência!”.
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/10/1986 – Luiz Fernando Emediato
por Jonathan Safran Foer
“Eu amo. É um grande livro. (Budapeste) Alguém me mandou pelo correio. Recebo muitas coisas assim. Bateu imediatamente. Vi que estava na presença de algo grande. Bastaram algumas páginas.”
Fonte: O Globo, 31/07/ 2006 – Bruno Porto
por Marcelo Mirisola
“Budapeste, do Chico Buarque: além de pretensioso, chato pra cacete. Não é implicância minha, de jeito nenhum. Basta confrontá-lo com qualquer livro de Dostoievski... e não sobrará nada do sambista”
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/02/2005
por Régis Bonvicino
“Toda a prosa de Chico Buarque de Hollanda, muito diluída, Aliás acho Chico um mau cantor, mau pensador musical, um cara que ‘vende’, na música, nossa nostalgia e ‘brasilidade’ como ‘arte’”.
Fonte O Estado de São Paulo, 04/06/2006
por Roberto Schwarz
“Se eu tivesse uma editora e recebesse o Estorvo, de Chico Buarque, sem a indicação do autor, publicaria imediatamente, com a emoção de estar dando ao público um grande livro, notável pelo engenho literário e pela representatividade nacional. Há na praça um preconceito segundo o qual um cantor popular não pode ser também um escritor”. A Verdade tropical,de Caetano Veloso, foi vítima do mesmo preconceito .Os dois livros foram muito lidos, mas não tiveram o reconhecimento devido da área literária. Ambos fazem empalidecer boa parte da produção comparável vinda do establishment. A crítica, além disso, anda com dificuldades – talvez lhe faltem os conceitos – para reconhecer a dimensão nacional onde quer que ela esteja”.
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/08/1999- José Castello
por Vinícius de Moraes
"O Chico eu acho fora-de-série, realmente. Esse tem aquela estrela, um talento que não pode ter mais tamanho. E o Chico é bom de letra, é bom de música, sabe cantar. Tem tudo, o cara. São uns poucos casos isolados que existem na música brasileira - um Noel, um Caymmi, um Chico, que se distinguem muito".
Fonte: Revista Ele Ela, março de 1979 - Narceu de Almeida Filho
por Wilson Martins
“Não li nenhum dos dois (Chico Buarque de Hollanda e Jô Soares). Mas acredito sinceramente que o sucesso desses livros resulta menos de sua qualidade literária e mais da fama de seus autores, de seu prestígio na mídia. Jô Soares e Chico Buarque podem escrever qualquer coisa, que serão sempre lidos. Eles, a rigor, não podem sequer serem considerados escritores profissionais. E também, é bom que se diga, não se espera que seus livros revolucionem literatura alguma. Posso falar de Chico Buarque, de quem já li Fazenda modelo e Estorvo. Fazenda modelo é apenas um recozimento de Family farm, de George Orwell. Estorvo, por sua vez, é o recozimento de Zero, de Ignácio de Loyola Brandão, o que aliás é um livro bem mais interessante. A relação entre Estorvo e Zero é tão escandalosa que me espanta como, na época do lançamento de Estorvo, nenhum resenhista tenha a ela se referido. É a mesma temática e, muitas vezes, apresenta os mesmos episódios. Chico Buarque é um grande músico, mas como escritor é apenas um autor de segundo cozimento. Ainda não li Benjamin, mas estou curioso para ver de onde ele o tirou. Não creio, sinceramente, que Chico Buarque tenha muito futuro como escritor”.
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/01/1996 – José Castello
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