"A maioria das peças modernas se refere às relações de homem para homem, porém isso não me interessa absolutamente. Estou interessado apenas nas relações entre o homem e Deus... Cumpre ao dramaturgo, hoje em dia, cavar até as raízes do mal moderno tal como o sente - a morte do antigo Deus e o fracasso da ciência e do materialismo em apresentar um outro Deus que satisfaça ao primitivo instinto religioso sobrevivente, a fim de que nele o homem encontre um sentido para a vida, com o qual se conforte dos temores da morte. Qualquer pessoa que atualmente tente realizar uma grande obra, parece-me, deve ter este magno assunto por detrás de todos os pequenos assuntos de suas peças e novelas, ou estará simplesmente arranhando as duperfície das coisas, não pertencendo senão à categoria dum proporcionador de divertimentos de salão".
Fonte: RIZZINI, Jorge. Escritores e fantasmas. São Paulo: Editora Difusão Cultural, s.d. (1960?).
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