"Meu mestre Zen - porque estudei Zen durante longo tempo - me dizia que as histórias de Mary Poppins (e nessa ocasião eu não havia escrito todos) têm uma essência Zen. E outra pessoa, que é um pouco D. Juan, me disse que cada uma das histórias constitui um momento de tremenda paixão sexual, porque começa com uma enorme tensão e depois se reconcilia e se resolve de modo gloriosamente sensual... Vivemos numa civilização devotada às coisas materiais. O que os jovens procuram é algo que não podem possuir, mas a que sirvam, algo mais elevado do eles próprios. Estou ao lado deles nessa busca, porque também é a minha. Tenho procurado por toda a minha vida. E quando me pedem para falar sobre mitos, quase sempre descubro que não conhecem nada. Não há preparação. Não há um solo onde a palavra possa cair. As pessoas não leram os contos de fadas".
Fonte: Escritoras e a arte da escrita: entrevistas da Paris Review. R.Janeiro: Gryphus, 2001.
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