Waldomiro Freitas Autran Dourado
Nasceu em Patos, Minas Gerais, em 1926. Advogado e um dos nossos romancistas de maior prestígio internacional teve, também, atuação política como jornalista e secretário de Imprensa do presidente Kubitschek, em 1954. Aos 16 anos ganhou um concurso de contos e aos 17 já tinha um livro de contos pronto. Seu primeiro livro – Teia – foi publicado em 1947. Ao longo desses anos contabiliza quase 30livros entre contos, ensaios, novelas e romances, muitos dos quais traduzidos para diversos idiomas. Autor premiado por várias vezes, foi contemplado em agosto de 2000 pelos governos brasileiro e português com o Prêmio Luíz de Camões. A comenda põe em relevo o autor de A barca dos homens (1961), Os sinos da agonia (1974) e Ópera dos mortos (1964), livro que o tornou conhecido e que foi incluído na Coleção de Obras Representativas da Literatura Universal da Unesco. Trata-se de um escritor “mineiro” por excelência, tanto nas obras – transformou o interior de seu estado em histórias fatalistas de estilo barroco – como em seus hábitos pessoais. “Não mineirice, que é uma caricatura distorcida de quem nasceu em Minas”, sublinha. “Mineiridade sim que é a simpática tradição dos mineiros de ponderação e prudência." Outros destaques de sua obra são O risco do bordado (1970), Ópera dos fantoches (1995), As imaginações pecaminosas (Prêmio Goethe de Literatura, 1981), A serviço del-rei (1984) e Confissões de Narciso (1997), seu livro mais intimista. No final de 1999, a Editora Rocco decidiu reeditar a parte mais importante (17 livros) de sua obra, enquanto ele dava os últimos retoques em mais um livro: Gaiola aberta (Tempos de JK a Schmidt) (2000), uma revelação de memórias guardadas do tempo em que trabalhou com Juscelino. “Neste livro trato da relação do escritor com o poder e traço um retrato humano, demasiadamente humano, de JK”. A obra de Autran Dourado se caracteriza, na opinião de Massaud Moisés, por sua “intrínseca mineiridade, isto é, por uma tendência introspectiva, em que os seres se debatem sem encontrar saída, enjaulados em atmosferas cinzentas, acossados pelo desentendimento, pela decadência e pelo estigma da morte”. Faleceu em 30/09/2012.
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