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Psicanálise
Autran Dourado

“Eu conheço razoavelmente a obra de Freud. Sempre gostei muito de lê-lo. Não gosto muito quando ele se mete a antropólogo e escreve coisas como Totem e tabu. Livros como esse indicam apenas, seu desejo de ampliar a influência da obra, nada mais. Mas gosto dos casos clínicos e, sobretudo, de A interpretação dos sonhos, que é um livro mito bem escrito, com grande estilo. A idéia de amor narcísico que aparece em meu livro é, sim, bem freudiana... Fiz psicanálise durante alguns anos. É uma experiência interessante, que ajuda a gente a se conhecer um pouco mais. Mas curar, mesmo, não cura. Agora, acho uma bobagem dizer que a psicanálise atrapalha a criação artística. Isso é apenas um mito. Se o escritor tem algo a dizer, com ou sem psicanálise ele diz. Bem, numa palestra já me perguntaram até se cultura atrapalha o escritor! A análise só atrapalha se, depois dela, o sujeito resolver transformar-se em um ‘escritor freudiano’, se resolver escrever inspirado em teorias. Bem, qualquer teoria inibe a criação, isso não é uma exclusividade da teoria freudiana”.

Fonte: O Estado de São Paulo, 09/04/1997 – José Castello

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