“Quando vivia na cidade trabalhava à noite, um pouco para fugir do barulho, das pessoas, das empregadas. Agora que moro no campo, trabalho durante o dia. Levanto não muito cedo, por volta das 9 horas, e escrevo até um pouco antes do almoço. Dou um passeio pela propriedade com minha mulher. Depois de comer faço uma sesta, que me parece um costume ibérico muito saudável, e trabalho até jantar. Aí vêm uns amigos, e bebemos um pouco. Eu escrevo a mão. Sinto um absoluto desprezo pelas máquinas. Em casa temos um computador, mas somente minha mulher o utiliza”.
Fonte: O Globo, 10/11/1993 - Sandra Cohen
“Gostaria muito de sabê-lo! O romance é um gênero proteiforme, múltiplo, que ninguém conseguiu delimitar, Um romance é qualquer texto redigido em prosa, dotado de um título e acompanhado pela menção “romance” entre parênteses. Também pode ser escrito em versos, pois o poema El Cantar del Mio Cid é um romance. O romance jorra em mim espontaneamente, não é uma criação deliberada. Quando um romance me habita - o que pode durar anos - só penso em sua gestação, que ocorre naturalmente, com certa facilidade, ao fim de oito a dez meses. Não acredito em roteiros. Se uma personagem é bem concebida, ela ganha vida e não há necessidade de dirigí-la, de zelar por ela. Basta relatar seus atos e gestos para fazer um romance”.
Fonte: O Correio da Unesco. ano 18, nº 7, jul.1990 - Ramón Luis Acuña
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