"Escrevo de uma vez. Quando vem, sai assim encachoeiradamente, com muita paixão. Depois deixo dormir, deixo amadurecer como um fruto amadurece. Em seguida, eu volto e retomo. Esse seria como um trabalho de artesanato. O primeiro impulso é importantíssimo que fique gravado como eu escrevi. Depois, então, eu tiro uma palavra aqui, corto outra ali adiante, acrescento uma, substituo outra. É justamente como um artesanato. (...) Não tenho rotina nenhuma. Sou uma indisciplinada. Mas não escrevo diariamente. Às vezes escrevo seguidamente, sem parar. Depois faço pausas, aí entro novamente. É aquilo que o Eclesiastes dizia: Tudo depende do tempo e do acaso. Muitas vezes estou cansada, porque fui a uma festa ou a um compromisso, mas me dá aquela vontade desesperada de escrever. Então eu deixo tudo e lá vou. Eu sei que é preciso pegar aquele instante quente, como no amor. Acho que escrever é um ato de amor. E o amor não pode ser adiado".
Fonte: Sá, Sérgio de. Correio Braziliense, 10/03/1998.
x.x.x
"Gosto de escrever ouvindo música sem palavras, música clássica. As personagens já exigem muito do escritor, o tempo é delas, então não dá para fazer mais nada além de ouvi-las.”
Fonte: http://michellaub.wordpress.com (23/10/2012)
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