“Antes da publicação, e quando é feita por pessoas em cuja opinião a gente confia, sim, claro que a crítica ajuda. Mas depois que algo é publicado, só o que quero ler ou ouvir é elogio. Qualquer outra coisa, menos do que isso, é uma chatice, e dar-lhe-ei cinqüenta dólares se você me mostrar um escritor que possa honestamente dizer que foi alguma vez ajudado pelas críticas alambicadas e pela condescendência de comentaristas literários. Não quero com isso dizer que nenhum dos críticos profissionais merece que se lhe dê atenção; mas poucos, dentre os bons críticos, escrevem com regularidade. Mais que tudo, acredito em a gente se enrijecer quanto à opinião dos outros. Tenho recebido, e continuo a receber, meu quinhão de ofensas, algumas delas extremamente pessoais, mas não me causam mais o menor abalo. Posso ler o mais ofensivo libelo contra mim, e minha pulsação jamais se altera no mínimo. E, a este respeito, há um conselho que recomendo vivamente: jamais se rebaixe, respondendo a um crítico. Jamais! Escreva mentalmente aquelas cartas ao editor, mas jamais ponha suas palavras no papel”.
Fonte: COELWY, Malcolm. Escritores em ação: as famosas entrevistas à Paris Review. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968.
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