Volta para a capa
Música
Haroldo de Campos

“Nunca entendemos a poesia como algo desligado das outras artes, da música, da pintura, da escultura. Em 1952 estabelecemos um vínculo de cooperação no plano cultural com os artistas do grupo Ruptura, liderados por Waldemar Cordeiro. Nos anos 50, ouvíamos tudo o que conseguíamos obter dos compositores da vanguarda internacional, líamos até mesmo os ensaios que publicavam em revistas especializadas. Em 1954, estabelecemos contato pessoal com Pierre Boulez, aqui em São Paulo; em 59, encontrei-me com Stockhausen em Colônia. Por outro lado, os jovens músicos experimentais brasileiros conviviam conosco, chegando a publicar seu manifesto para uma nova música na revista Invenção (n. 3, 1963), porta-voz de nosso grupo. As ligações de Auto com Cage são conhecidas, bem como o trabalho de musicólogo que tem desenvolvido, seja em relação às mais sofisticadas expressões de nossa música popular. Pierre Schaeffer fazia uma música baseada na montagem de ruídos naturais, um pouco na linha iniciada pelo futurista italiano Russolo; era algo interessante como pesquisa de material, mas estruturalmente precário e insuficiente. O ‘concreto’, na música, estava para nós no serialismo pós-weberniano e na música eletrônica (no Canto dos adolescentes, de Stockhausen, por exemplo)”.

Fonte: Jonal da Tarde, 21/09/1996 – J.Jota de Moraes

Prossiga na entrevista:

Onde escreve?

O que é inspiração?

Política

Filosofia

Religião

Relações Literárias
Crítica Literária

Academia
Biografia