"Tenho o maior horror à política. Sou um espírito de oposição. Minha posição sempre foi, politicamente, de oposição sistemática. Não poderia nunca ser político. Em primeiro lugar, o político é obrigado a engolir sapo. Admito que um político seja absolutamente livre de corrupção moral até presidente de uma Câmara no interior. Depois disso, o sujeito, para ser deputado federal, secretário de Estado, ministro, governador de Estado e presidente da República, tem de engolir sapo de todo tamanho, e tem de mentir muito, tem de enganar. Considero o político profissional mais ou menos como uma espécie de marginal da inteligência. Minha oposição é sistemática: é político, sou contra".

Fonte: O Estado de São Paulo, 15/02/1981 - Lourenço Dantas Motta