"Não escrevo por instinto. Esse projeto de prosa envolve uma complexidade crescente. Primeiro, é preciso aprender a escrever uma nova prosa. É inútil tentar imitar Joyce ou fazer o que foi feito pelos grandes prosadores... Goethe também foi mais clássico no final da vida e nem por isso o que escreveu foi menor. Existe um experimentalismo implícito que diz respeito a estrutura. Não estou preocupado em fazer jogos de palavras. Estou interessado na estrutura da obra, onde acho que posso fazer melhor do que Cortázar e Cabrera Infante".
Fonte: 27/05/1998 - Bernardo Carvalho
"Vivo em função da obra e, por destino ou por propósito, tenho que realizá-la. Então, é um jogo contínuo, que já dura décadas e décadas, entre tentar viver tentar fazer uma obra. Uma obra que eu me proponho a fazer no sentido da inovação. Não é inovar a obra. Meu reinado é o mundo da linguagem, verbal e não-verbal. Quero tentar colocar a literatura e o pensamento do Brasil em nível internacional. Quero o Brasil internacional, como o futebol é. Sem medo de encarar ninguém. Sou contra os nacionalismos estreitos".
Fonte: Correio Braziliense, 19/02/2000 - Alexandre Machado