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Por que escrevo?
Waly Salomão

"Eu comecei a escrever de uma forma bastante estranha. Sempre sonhei com isso, toda a minha preparação era para isso. Apesar de que o charme da contracultura estava em dizer que não, eu sempre fui um leitor voraz. Não adianta mais fingir que não se lê, não se busca, como no tempo do charme contracultural. Isso é uma coisa totalmente ultrapassada. Meu primeiro texto teve de brotar numa situação de extrema dificuldade. Na época da ditadura, o mero porte de uma bagana de fumo dava cana. E eu acabei no Carandiru, em São Paulo, por uma bobeira, e lá dentro eu escrevi Apontamentos no Pavilhão 2. Não me senti vitimizado, de ver o sol nascer quadrado. Para mim, foi uma liberação da escritura".

Fonte: Jornal da Tarde. São Paulo, 04/04/1996

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