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Religião
João Gilberto Noll

“Não sou uma pessoa religiosa. Não é a coisa religiosa institucional que me anima. Para mim, a poesia é hoje a única relgião possível. Só ela.... Não tenho religião. Primeiro, porque não me interessa participar de uma realidade institucionalizada, decifrada para todos, e transar com o poder que isso implica. A realidade decifrada das religiões é sempre cheia de dogmas e isso me desagrada e eu rechaço. Prefiro a solidão, prefiro ficar expatriado a ter de fazer média com a realidade cifrada e consumada. Depois, é aquela velha história: a participação excessiva em qualquer terreno humano é sempre demasiada, pede sempre ao sujeito algo que ele não pode dar. E não acredito em Deus e essa é a razão mais simples pela qual me considero um ateu. Não tenho por que acreditar que eu tenha qualquer futuro além de minha morte. Depois, acho poeticamente interessante a idéia de que os individuo vem dos elementos do planeta e depois retorna a eles. É uma idéia forte que não me faz espernear”.

Fonte: O Estado de São Paulo, 04/01/1997 – José Castello 

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