Antônio Carlos Callado
Nasceu em 26 de janeiro de 1917 no Rio de Janeiro. Jornalista, advogado e escritor de alguns romances e peças representativas da literatura brasileira. Quarup (1967) foi o livro de cabeceira de algumas gerações nas décadas de 1960 e 1970. No fim de 1940 trabalhou como radialista na BBC de Londres e foi correspondente estrangeiro de alguns importantes jornais brasileiros. Participou ativamente da imprensa independente nacional, tendo colaborado por muito tempo no semanário O Pasquim, nos anos de 1970. Exercia o jornalismo como uma militância política, não se escusando de participar diretamente dos movimentos sociais de sua época a favor da democracia e da liberdade de expressão. Seu primeiro livro – Assunção de Salviano – foi publicado em 1954. Além de romances, como Reflexos do Baile (1976) e Sempreviva (1981), escreveu grandes reportagens, como Tempo de Arraes: a revolução sem violência (1979) e Vietnã do Norte (1969). Destacou-se, também, na dramaturgia com A madona de cedro (1957), peça encenada por diversos grupos de teatro. Bar Don Juan (1971) foi outra obra dele que virou livro de cabeceira de boa parte dos apreciadores de uma literatura comprometida com as causas sociais. Entrou para a Academia Brasileira de Letras em 1994. Nélson Rodrigues, um reacionário confesso, referia-se a ele como “um doce radical” e costumava dizer que Callado era o “único inglês da vida real”, dada a sua elegância e cordialidade com os amigos. Tom Jobim confirmava a expressão ao chamá-lo de “caboclo inglês”. Antônio Callado faleceu em janeiro de 1997.
|