Elizabeth Milan Mangin nasceu em São Paulo, em 1944. Médica, psicanalista, escritora e dramaturga. Entrou na Faculdade de Medicina da USP em 1962 com a finalidade de se tornar psiquiatra. Durante o curso frequentou, como ouvinte, vários cursos na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e entrou em contato com alguns intelectuais franceses, que a levaram, mais tarde, a se tornar psicanalista. Diplomada em 1968, iniciou uma especialização em psiquiatria com estágios em hospitais de São Paulo e Escócia. Em seguida, passou a se interessar por psicodrama e psicanálise. Estudou e trabalhou com Zerka Moreno, co-fundadora do psicodrama. Em 1973 concluiu o doutorado em psiquiatria e no ano seguinte foi para a Europa se analisar com Jacques Lacan, de quem se torna tradutora e asssistente na Universidade de Paris VIII. Em 1975 publicou seu primeiro livro, um ensaio – O jogo do esconderijo – onde faz uma análise crítica do psicodrama. Por esta época fundou, junto com Magno Machado Dias, o Colégio Freudiano do Rio de Janeiro e passa a difundir a teoria lacaniana no Brasil. Antes de concluir a formação em psicanálise, em 1981, voltou ao Brasil e escreveu seu primeiro romance – Sexophuro – bem recebido pela crítica. Dois anos após, foi convidada pela Editora Brasiliense para escrever o livro O que é o amor, da Coleção Primeiros Passos. O “livrinho” causou muita polêmica no meio cultural e serviu mais tarde para a publicação de sua primeira peça teatral - Paixão – dirigida por Wolf Maia, interpretada por Nathalia Timberg e encenada em todo o País. Em 1985, o Colégio Freudiano do Rio de Janeiro realizou um congresso reunindo intelectuais de todas as áreas, tendo Gilberto Freyre como convidado de honra. O evento foi encerrado com seu texto “A Psi do Zil”, importante para o desenvolvimento posterior de sua obra, incluindo seu romance mais conhecido O papagaio e o doutor (1998). Realizou, também, pesquisas sobre as escolas de samba e escreveu alguns ensaios que resultou no livro Os bastidores do Carnaval (1987,1994), um estudo profundo sobre a importância do brincar na cultura brasileira. Em seguida partiu para um exílio voluntário na França, onde se dedica a escrita. Publicou uma série de 29 crònicas sobre Paris, no Jornal da Tarde, e reunidas no livro Paris não acaba nunca (1996), traduzido para o francês, inglês e chinês. Em seguida escreveu o citado O papagaio e o doutor (1988). O livro narra a saga da imigração libanesa no Brasil e o encontro com um doutor. Ainda neste ano, publicou o ensaio O país da bola, traduzido e editado na França durante a Copa do Mundo e reeditado no Brasil na Copa do Mundo em 2014. Vivendo em Paris e na condição de colaboradora de alguns jornais, passou a fazer entrevistas com artistas e intelectuais, as quais são reunidas no livro A força da palavra em 1996, que teve uma reedição ampliada em 2012. Pouco depois, a “Folha de São Paulo” encomendou 10 entrevistas com grandes intelectuais europeus, também reunidas em livro - O século -, premiado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte, em 1999. Retornando ao romance, publicou O clarão (2001), qualificado como “romance de sabedoria” e adotado pela Secretaria de Educação das prefeituras de São Paulo e Goiânia. O próximo lançamento é uma incursão bem sucedida na literatura infanto-juvenil com A cartilha do amigo (2003). Pouco antes, fez um trabalho pioneiro na Internet: bate-papo respondendo a questões dos internautas, que serviu de inspiração ao romance O amante brasileiro (2003), adaptado para o teatro e encenado no ano seguinte no Teatro Oficina. Em 2005 tornou-se colunista da Folha de São Paulo, respondendo a questões sobre o amor, sexo e a morte. Tais textos são reunidos no livro Fale com ela (2007), com grande repercussão na imprensa. Com isto, a revista Veja se interessou pelo trabalho e convidou-a para fazer o consultório sentimental de sua edição on line. Posteriormente, passou a manter uma coluna mensal na revista. Em 2009 surge outro romance - Consolação - lançado em São Paulo e Rio de Janeiro, com sucesso de público e crítica. Neste ano foi realizada a leitura dramática da peça Adeus, Doutor, no Théâtre du Rond-Point, em Paris; no Teatro do Sesc e na ECA-USP, em São Paulo. Em seguida, as melhores colunas do Consultório Sentimental da Veja foram reunidas no livro Quem ama escuta (2011), com grande repercussão na imprensa. Afim de analisar as relações mãe-filho, lançou em 2013 um livro autobiográfico - Carta ao filho - dessacralizando o papel da mãe infalível. Em 2015, dedicou-se a reunião de suas peças e publicou Teatro lírico e teatro dramático. No ano seguinte volta ao romance abordando a relação com sua mãe, idosa e carente de cuidados e lança A mãe eterna: morrer é um direito, onde defende o direito a morte assistida. O livro torno-se best-seller e teve os direitos adquiridos em Portugal e Espanha.
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