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Hermilo Borba Filho

Nasceu em Palmares (PE), em 08/07/1917. Escritor, dramaturgo e fundador do Teatro Popular do Nordeste. Sua carreira iniciou em 1930 como ator, ponto e diretor na Sociedade de Cultura Palmarense. Em 1936, muda-se para o Recife e trabalha como ponto do Grupo Gente Nossa - Na década de 1940, ingressa no Teatro de Amadores de Pernambuco-TAP, traduzindo peças e atuando nos espetáculos. Insatisfeito com a linha de repertório do grupo, é convidado e assume a direção do artística, em 1945, do Teatro do Estudante de Pernambuco - TEP, onde trabalha com Ariano Suassuna. Em 1953 se mudou para São Paulo e trabalhoru como jornalista, dirigindo a revista "Visão" e atuando nos jornais "Última Hora" e "Correio paulistano", além de dirigir as companhias de Nídia Lícia, Sergio Cardoso, Teatro Paulistano de Comédia e intergrar a Comissão Estadual de Teatro. Em 1957, recebe prêmio como diretor revelação pela Associação Paulista de Críticos Teatrais- APCT, com a peça Auto da Compadecida. Volta para o Recife, em 1958, a fim intergrar o corpo docente do curso de teatro da Universidade do Recife (atual UFPE). Funda o Teatro Popular do Nordeste, em 1960, com o objetivo de abrir caminho para o "teatro de arte" em caráter profissional na região. A primeira fase do TPN é interrompida, por razões financeiras e também políticas. Em 1960 fundou o Teatro de Arena do Recife, onde encena Marido Magro, Mulher Chata, de Augusto Boal, 1960, e Eles Não  Usam Black-Tie de Gianfrancesco Guarnieri, 1961. Em 1969, ganha o título de Chevalier de L'Ordre des Arts et des Lettres, outorgado pelo governo da França. Exerce atividades culturais em muitas entidades: Serviço Nacional de Teatro, Secretaria de Educação e Cultura de São Paulo, Secretaria de Educação e Cultura de Pernambuco, Escolinha de Arte do Recife, Centro Cultural Luiz Freire. Na Universidade Federal de Pernambuco, cria e ministra a cadeira de história do teatro no Curso de Arte Dramática, em 1958; funda o Movimento de Cultura Popular - MCP, com Paulo Freire, Ariano Suassuna e outros; na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, colabora para a implantação do Curso de Teatro, em 1967; na Universidade Federal da Paraíba, ministra a disciplina de história do espetáculo; no Centro de Comunicação Social do Nordeste - Cecosne, leciona história do espetáculo. Em 1969, cria Teatroneco, dedicado ao teatro de bonecos. Seu trabalho nos grupos que funda, é o de criar um caminho para buscar um espetáculo nordestino, com uma estética épica, baseada nos folguedos populares. Em conferências, artigos e nos diversos livros que publicou, relê as teorias universais do teatro a partir da ótica das manifestações festivas do Nordeste. Depois de duas palestras publicadas em 1947, Teatro, Arte do Povo e Reflexões sobre a Mise en scène, escreve o primeiro manual de história do teatro editado no Brasil, História do Teatro, em 1950. Nos anos 1960, publica, entre outros: Teoria e Prática do Teatro, 1960, Diálogo do Encenador, 1964, Espetáculos Populares do Nordeste e Fisionomia e Espírito do Mamulengo, ambos em 1966, Apresentação do Bumba-Meu-Boi, 1967, e a nova edição da História do Teatro, com o título de História do Espetáculo, 1968. Seus estudos sobre a cultura nordestina se aprofundam no período do TPN, onde ele coloca em prática a fusão entre o popular e o erudito. Na literatura escreveu Os caminhos da solidão (1957), Sol das almas (1964) e a tetralogia que o consagrou, também, como romacista,  Um cavaleiro da segunda decadência: Margem das lembranças (1966), A porteira do mundo (1967), O cavalo da noite (1968) e Deus no pasto (1972). Toda sua obra foi organizada e encontra-se na Fundação Joaquim Nabuco. Trata-se de uma bibliografia contando com 245 itens entre obras próprias e obras sobre o autor. Faleceu em 1976.

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