Nasceu em 28/01/1936, em Gjirokastër, Albânia. Escritor mais conhecido de seu país, tem sua obra marcada pela devastação sofrida pela Albânia durante a II Guerra Mundial. Sua estréia literária se deu aos 24 anos com Le general de l`armée morte, a história de um general do Exército italiano que retorna à Albânia para exumar os corpos de seus soldados. O livro foi um sucesso de público e anos depois, em 1983, foi transposto para o cinema. Em 1965 publicou Le monstre, uma parábola em torno do cavalo de Tróia e do terror político, mas o livro foi proibido e recolhido das livrarias. Outros de seus livros probidos – Le concert (1988) trata do cotidiano na Albânia comunista e da aliança com a China. Para fazer o livro sair do país, Kadaré copiou o romance em folhas que serviram de embrulho de garrafas de conhaque albanês, enviadas ao exterior. O livro considerado por muitos como sua obra-prima é O palácio dos sonhos (1981), uma trama sobre o controle dos sonhos e uma crítica figurada à polícia secreta do Estado, a “Sigurimi”. Depois de sofrer ameaças do regime comunista albanês, exilou-se na França em 1990, antes do colapso do regime e só retornou ao seu país em 1999. Não obstante ter alguns de seus livros traduzidos para o português, ficou pouco conhecido no Brasil até o ano 2000, quando Walter Salles realizou a filmagem do romance Abril despedaçado (1978), rodado no nordeste brasileiro. Uma demonstração clara do caráter universal da literatura. Outros livros: Três cantos fúnebres para o Kosovo (Objetiva, 1999); A ponte dos três arcos (Objetiva, 1999); A pirâmide (Cia. das Letras, 2000) As frias flores de abril (Objetiva, 2001); Os tambores da chuva (Cia. das Letras, 2003); Vida, jogo e morte de Lul Mazrek (Cia. das Letras, 2003). A partir de 2000, tem sido cotado todo ano para receber o Prêmio Nobel de Literatura.
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