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ENTREVISTA SIMULTÂNEA

Orhan Pamuk

Nasceu em Istambul, Turquia, em 07/06/1952. Romancista, jornalista e professor de literatura da Universidade de Columbia, é um dos mais proeminentes escritores da Turquia, e seus trabalhos foram traduzidos em mais de 50 línguas. Ganhou diversos prêmios nacionais e internacionais. Em 12 de outubro de 2006, tornou-se a primeira pessoa da Turquia a receber um Prêmio Nobel. Integrante de uma abastada família burguesa em declínio, cuja  experiência ele descreve em romances como O livro negro e O senhor Cevdet e seus filhos, bem como mais profundamente no seu Istambul: memória e cidade Teve uma educação no Robert College da Turquia e passou a estudar arquitetura na Universidade Técnica de Istambul, abandonando-a três anos depois para tornar-se escritor em tempo integral. De 1985 a 1988, enquanto sua esposa graduava a Universidade Columbia, adquiriu o direito de visitar a instituição e utilizou este tempo para realizar pesquisas e escreveu seu romance O Livro Negro, e em seguida retornou para Istambul. Logo após a publicação do seu terceiro romance, seu nome começa a ter repercussão além fronteiras. A Cidade Branca (Beyaz Kale, 1985) é assim contemplado com o primeiro de muitos prémios literários internacionais. Nesta obra o autor começa a experimentar técnicas pós-modernas, distanciando-se claramente do naturalismo dos seus primeiros trabalhos. Entre 1985 e 1988, residiu em Nova Iorque, trabalhando como professor convidado na Universidade de Columbia. Durante a sua estadia escreveu grande parte do livro (Kara Kitap) que iria começar a cimentar a sua reputação internacional e que teve um acolhimento muito favorável por parte do escritor norte-americano John Updike. Com os títulos de Os Jardins da Memória na edição portuguesa e The Black Book, na edição inglesa, foi publicado já após o seu regresso a Istambul, em 1990, e provocou uma mudança na sua carreira, graças ao sucesso que granjeou entre o público. Em 1992, esta controversa obra foi levada ao cinema pelo seu compatriota Ömer Kavur, tendo sido o próprio Pamuk a escrever o roteiro do filme, intitulado Gizli Yüz (The Secret Face). Em 1995, publicou o romance A vida nova (Yeni Hayat), que em breve se tornaria num dos livros mais lidos na Turquia. A consagração definitiva veio em 1998, com O meu nome é vermelho (Cia. das Letras), uma narrativa policial onde fantasia e realidade andam de mãos dadas e em que o mistério, o amor e a reflexão filosófica se entrelaçam sobre o pano de fundo de uma Istambul do século XVI, onde por vezes irrompe a Istambul dos dias de hoje. Esta obra valeu-lhe o prestigiado International IMPAC Dublin Literary Award de 2003, além de outros dois prêmios. Na alegação onde a Academia Sueca justificava a atribuição do Prêmio Nobel, é de destacar a seguinte frase: "Em busca da alma melancólica da sua cidade natal, Pamuk encontrou novos símbolos para retratar o choque e o cruzamento de culturas". Em termos políticos, Pamuk é uma figura de proa na Turquia na defesa dos direitos políticos dos curdos, tendo sido processado em 1995 juntamente com outros escritores por publicarem uma série de ensaios críticos em relação ao tratamento dado aos curdos pela Turquia. Em 2005 foi acusado de "insultar e desacreditar a identidade turca" numa entrevista concedida a Das Magazin, um suplemento semanal de vários jornais diários suíços. Na entrevista, o escritor afirmava que ninguém se atreve a falar do genocídio contra o povo arménio levado a cabo pela Turquia durante a Primeira Guerra Mundial e da posterior matança de 30 mil curdos. O caso foi levado à justiça turca, e ele teve que prestar declarações em tribunal. Este caso suscitou grande polêmica internacional e o romancista tornou-se conhecido um pouco por todo o mundo. Quase todos seus livros estão traduzidos para o português: A cidadela branca (Presença, 2000). Os jardins da memória (Presença, 2004), Neve (Cia. das Letras, 2006), O castelo branco (Cia. das Letras, 2007), Istambul: memória e cidade (Cia. das Letras, 2007), A Maleta do meu pai (Cia. das Letras, 2007), O livro negro (Cia. das Letras, 2008), em co-autoria com Sergio Flaksman, Outras cores (Cia. das Letras, 2010), O museu da inocência (Cia. das Letras, 2011), O romancista ingênuo e o sentimental (Cia. das Letras, 2011).

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