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Biografia
Oswald de Andrade

José Oswald de Souza Andrade nasceu em 11/01/1890, no centro da cidade de São Paulo. Poeta, jornalista, dramaturgo, escritor, destacado agitador cultural de sua época e figura de proa do Movimento Modernista de 1922. Inicia sua vida profissional em 1909, no jornalismo como redator e crítico teatral do “Diário Popular”, assinando a coluna "Teatro e Salões". No mesmo ano ingressa na Faculdade de Direito. No ano seguinte monta um atelier com o pintor Oswaldo Pinheiro, no Vale do Anhangabaú, conhece o Rio de Janeiro, e fica hospedado na residência de seu tio, o escritor Inglês de Souza. Tem início a vida de boêmio, sua característica principal ao longo da vida. Em 1911 lança a revista "O Pirralho”, tendo como colaboradores Amadeu Amaral, Voltolino, Alexandre Marcondes, Cornélio Pires e outros. Em fevereiro de 1912, viaja à Europa. Visita vários países: Itália, Alemanha, Bélgica, Inglaterra, França, Espanha. Retorna ao Brasil em setembro, devido a morte de sua mãe, trazendo a tiracolo a estudante francesa Kamiá (Henriette Denise Boufflers) e reassume sua atividade de redator de “O Pirralho”. No ano seguinte, participa das reuniões da Vila Kirial e conhece o artista plástico Lasar Segall. Seu primeiro trabalho publicado se dá em 1913 com a peça A recusa, um drama em três atos. Em 1914 ingressa na Faculdade de Filosofia de São Bento e no ano seguinte participa do almoço em homenagem a Olavo Bilac, promovido pelos estudantes da Faculdade de Direito. Torna-se membro da Sociedade Brasileira dos Homens de Letras, fundada em São Paulo por Bilac. Por esta época já era uma pessoa conhecida nos métier interlectual da cidade, com fama de boêmio. Exuberante em tudo, gostava tanto de roupas espalhafatosas quanto de trajes de qualidade. Em 1915 chega ao Brasil a dançarina Carmen Lydia, com quem mantém um barulhento namoro. Faz viagens constantes de trem ao Rio a negócio ou para acompanhar Carmen Lydia. Em seguida publica trechos, na Cigarra, do que viria a ser seu primeiro romance: Memórias sentimentais de João Miramar. Em1916 passa a fazer parte do “Jornal do Comércio”, edição de São Paulo e em 1º de novembro começa seu trabalho como Redator social de “O Jornal”. As viagens ao Rio de Janeiro se tornam regulares, onde freqüenta a roda literária de Emílio de Meneses, João do Rio, Alberto de Oliveira, Eloi Pontes, Olegário Mariano, Luis Edmundo, Olavo Bilac, Oscar Lopes entre outros. Em 1917, conhece Mário de Andrade e defende a pintora Anita Malfatti das críticas violentas feitas por Monteiro Lobato. Por esta época começa a se esboçar o grupo que viria a realizar o Movimento Modernista, Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Ribeiro Couto e Di Cavalcanti. De 1917 a 1922 escreve regularrmente no “Jornal do Comércio”, onde escreve alguns artigos anunciando pessoas que, em seguida, se destacaram nacena paulista, tais como o escultor Brecheret Alphonsus de Guimarães. Em 1920 edita a revista "Papel e Tinta", tendo Menetti del Picchia como editorialista e colaborador. Em 1921 revela Mário de Andrade poeta, em polêmico artigo: O meu poeta futurista. Principia a colaboração do “Correio Paulistano” até 1924. Participa da caravana de jovens escritores paulistas ao Rio de Janeiro, a fim de fazer propaganda do Modernismo. Torna-se o líder dessa campanha preparatória para a Semana de Arte Moderna, que se dará em 1922. Integra o grupo dos cinco com Mário de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Menotti del Picchia, assiduos colaboradores da revista Klaxon. Publica o romance Os condenados e começa sua amizade com Tarsila. Em 1923 embarca de novo para Europa em companhia do filho e de Tarsiila. Em Paris participa de jantares oficiais com a intelectalidade francesa, dá palestra na Sorbonne e conhece o poeta Blaise Cendrars, com o qual se dá bem devido a semelhança de estilos. De volta ao Brasil no fim do ano, publica no"Correio da Manhã" o "Manifesto da Poesia Pau Brasil", em 18/03/1924. Neste ano integra a "Caravana Modernista" ao carnaval do Rio emendando até Belo Horizonte. São recebidos por Aníbal Machado, Pedro Nava e Carlos Drummond de Andrade e excursionam pelas cidades históricas. Em 1925 publica Memórias sentimentais de João Miramar, viaja de novo pela Europa com Tarsila, monta apartamento em Paris e passa a frequentar a casa de campo de Blaise Cendrars. Publica na França o livro de poemas Pau Brasil e de volta ao Brasil,  candidata-se à Academia Brasileira de Letras. No seguinte viaja ao Oriente, em companhia de Tarsila e filha, do seu filho do escritor Cláudio de Souza e do governador de São Paulo Altino Arantes. Visita cidades da Grécia, Turquia, Israel e Egito. Aproveita a viagem para visitar Roma, onde é recebido, com outros brasileiros, pelo Papa, a fim de tentarem a anulação do casamento de Tarsila. Em agosto retorna ao Brasil, casa-se com Tarsila em 0utubo, cuja cerimônia é paraninfada pelo presidente Washington Luiz. Em 1927 publica A Estrela de Absinto, segundo romance de A trilogia do exílio e Primeiro Caderno de Poesia do Aluno Oswald de Andrade. Em 1928 publica o “Manifesto Antropófago” na “Revista de Antropofagia”, que ajuda a fundar, com os amigos Raul Bopp e Antônio de Alcântara Machado  e viaja à Europa, regressando no mesmo ano, com passagem por Lisboa. Fica em Paris nos meses de junho e julho para a 3ª exposição de Tarsila. No ano seguinte separa-se de Tarsila do Amaral, rompe com Mário de Andrade e Paulo Prado e começa o namoro com Pagú, com quem casa-se em 1º de abril de 1930. Como a data indica, foi uma casamento de mentira. A "cerimônia" se deu no Cemitério da Consolação. Desse "casamento" nasceu seu filho seu filho Rudá Poronominare Galvão de Andrade. Em 1931, escreve “O mundo político” e tem um encontro com Luis Carlos Prestes em Montevidéu, que muda seu rumo político e começa a escrever ensaios políticos, geralmente sobre a situação e os problemas do operário. Funda com Queiroz Lima e Pagú “O Homem do Povo”. Publica o “Manifesto Ordem e Progresso”. Engaja-se no Partido Comunista e em 1933 pronuncia conferência — “O Vosso Sindicato” — no sindicato dos padeiros de São Paulo. Publica Serafim Ponte Grande e patrocina a publicação de Parque industrial, romance de Pagú. No ano seguinte, deixa Pagú e une-se à pianista Pilar Ferrer. Publica A Escada Vermelha, terceiro romance d'A trilogia do exílio, e O homem e o cavalo. Em 1935 acompanha Claude Levis-Strauss em excursão até Foz do Iguaçu; Escreve sátira política para “A Platéia”; faz parte do movimento artístico cultural “Quarteirão”. Em dezembro de 1936 casa-se com a escritora Julieta Bárbara Guerrini, tendo como padrinhos o jornalista Casper Líbero e o pintor Portinari. Passa a residir no Rio de Janeiro, na Av. Atlântica e em São Paulo na Rua Júlio de Mesquita. Escreve O país da sobremesa, em 1937. É feita uma tentativa de encenação da peça “O Rei da Vela” pela Companhia de Álvaro Moreyra. Atua na Frente Negra Brasileira. Escreve na revista “Problemas”. Publica A morta e O rei da vela. Em fevereiro de 1939 ingessa no Pen Club do Brasil e em agosto viaja à Europa, com sua mulher Julieta, para participar do Congresso do Pen Club. Escreve O lar do operário e Candidata-se à Academia Brasileira de Letras pela segunda vez, enviando uma carta aberta aos imortais, em 1940. No ano seguinte monta um escritório de imóveis na rua Marconi, com Nonê, o filho mais velho. No ano de 1942, publica Cântico dos Cânticos para Flauta e Violão, dedicado à sua futura mulher, Maria Antonieta d’Alkmin e Marco Zero. Em 1943 começa a publicar a coluna "Feira das Sextas" no Diário de São Paulo e casa-se com Maria Antonieta d'Alkmin. No ano seguinte reúne no volume Ponta de Lança artigos esparsos, publica "A sátira na poesia brasileira", conferência pronunciada na Biblioteca Pública Municipal de São Paulo, Poesias Reunidas - Oswald de Andrade e Marco Zero: II — Chão. Recebe Pablo Neruda em visita ao Brasil e inicia a organização da Ala Progressista Brasileira, programa de conciliação nacional. Lança um manifesto ao "Povo de São Paulo, Trabalhadores de São Paulo. Homens livres de São Paulo". Escreve o "Canto do Pracinha só". Rompe com o Partido Comunista do Brasil e Luis Carlos Prestes, seu secretário geral. Em 1946, publica “O Escaravelho de Ouro” (poesia) publica na revista Anhembi o texto "O modernismo", em 1949. Realiza excursão a Iguape, com Albert Camus, para assistir às tradicionais festas do Divino. É encarregado de apresentar e saudar o escritor francês de passagem por São Paulo para fazer conferências. Escreve a coluna "3 linhas e 4 verdades" na “Folha de S.Paulo”, até 1950. Neste ano escreve O antropófago. É homenageado com um banquete, no Automóvel Clube, pela passagem do 60º aniversário, saudado por Sérgio Milliet. Participa de concurso para provimento da Cadeira de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, ocasião em que defende a tese "A crise da filosofia messiânica", sem êxito. Candidata-se a deputado federal pelo PRT, com o seguinte slogan: “Pão – Teto – Roupa – Saúde – Instrução”. Em 1953 começa a publicar a série A Marcha das Utopias no jornal O Estado de S.Paulo. Tenta em vão vender sua coleção de quadros. Em 1954, escreve o ensaio Do órfico e mais cogitações e O primitivo e a antropofagia. Publica o primeiro volume das Memórias — Um homem sem profissão. Graças à interferência de Vicente Rao, foi indicado para ministrar um curso de cultura brasileira em Genebra. Retorna como sócio à Associação Brasileira de Escritores (A.B.D.E.). Por essa época a situação econômica de Oswald já estava em frangalhos, e a saúde também. O escritor Marcos Rey foi entrevistá-lo e após umas três visitas conseguiu uma entrevista melancólica, um homem caído em dúvidas sobre o valor de sua obra, vivendo com a ajuda dos filhos e da mulher. Faleceu em 22/10/1954.

 

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