"A adaptação de uma obra original é um dos caminhos mais trilhados da indústria cinematográfica. Qualquer produtor prefere arriscar dinheiro numa obra literária aceita do que numa idéia original. De qualquer maneira, penso que a adaptação só existe como ponto de partida, já que há várias modificações até chegar ao filme. Na verdade, eu acredito na idéia original do cinema, posta na imagem. Nesse sentido, Bresson é o diretor-modelo para mim. A adaptação é um gênero servidor de uma outra maneira... (Adaptação de Filho de homem)... aí comprovei minha ineficácia como roteirista. Eu gostava de filmar o filme no roteiro, coisa que não se pode fazer, pois se está dependendo da linguagem verbal, que tem muito pouco a ver com a visual. Eu gostava de descrever detalhes. Aí vinha Demare, o diretor, e me dizia: ‘Não ponha tantas coisas, nós nos encarregamos'."
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/04/1997 - Sílvia Oroz
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