“Eu pretendo, lenta e gradualmente, passar a ser mais romancista e menos cineasta. Não quero mais filmar tanto, porque acho que meus livros acabarão sendo filmados por mim ou por outra pessoa. Mas, principalmente, eu penso que num país como o Brasil, que vive numa grande miséria cultural, com uma censura forte e sob limitações terríveis, o criador tem que adotar a forma de criatividade mais individual e mais barata. E o romance custa só você, o lápis e o papel, embora demande muito tempo e trabalho. Cinema é uma atividade muito mais superficial do que a literatura. Eu, por exemplo, faço filmes desde os 20 anos e só agora, com 39 anos, é que ousei escrever um romance (Riverão Sussuarana). Digo, com base, que fazer cinema é mais fácil”.
Fonte: Jornal do Brasil, 30/5/1994.
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