"Tudo que você precisa é de um quarto sem nenhuma interrupção em particular. Algumas coisas eu escrevi inteiramente a mão, mas agora costumo começar os capítulos a mão e terminá-los a máquina, e acaba ficando tamanha confusão que ninguém consegue transcrever, exceto minha mulher. Acho mais fácil levantar cedo, e gosto de ir até uma, duas horas. Não faço muita coisa durante a tarde. Gosto de sair, se possível... Faço um bocado de revisões. Alguns capítulos são revisados seis, sete vezes. De vez em quando se consegue a coisa certa na primeira vez. Mas frequentemente, não. George Moore reescreveu romances inteiros. No meu caso, normalmente escrevo até o momento em que o trabalho começa a piorar em vez de melhorar. Este é o momento de parar e publicar".

Fonte: Os escritores: as históricas entrevistas da Paris Review. São Paulo: Companhia da Letras, 1988.