"Nunca achei que quisesse ser escritor... Não gostava muito do mundo literário que conhecia. Estudei arquitetura. Sempre fui um arquiteto frustrado. Mas há certos períodos na vida em que a gente absorve uma porção incrível de impressões. Eu mantinha um bom diário - coisas corriqueiras - e sempre anotava minhas impressões. Mas na época realmente não tinha intenção de ser escritor. Talvez tenha sido Barbusse quem me pôs nesse caminho. Ou quem sabe foi algo para evitar que os cupins me roessem o cérebro. Robert Hillyer e eu começamos o que batizamos de Great Novel, ou GN, para simplificar. Nosso turno no front era vinte e quatro horas em serviço, vinte e quatro horas de descanso, e lembro que trabalhávamos num tanque de cimento que nos protegia dos ataques. Escrevíamos capítulos alternados. Mandei o manuscrito para a Universidade de Virgínia, um dia desses. Nem ousei olhá-lo de novo".
Fonte? Os escritores: as históricas entrevistas da Paris Review. São Paulo: Cia. das Letras, 1988.