“Discuti essa questão num dos ensaios de meu livro Gregos & baianos. Acho que poema é uma coisa, letra de música outra. O poema existe por si; a letra de música fica capenga, não se agüenta de pé se dissociada da melodia para a qual foi escrita. Será que alguém se compraz em ler libretos de ópera? Versos desses libretos só sobrevivem em algumas árias mais célebres por causa da música a que serviram. Esta, no entanto, tem existência própria, tanto assim que há, dela, versões puramente instrumentais. Já quando o compositor musica um poema preexistente, a caixa muda de figura”.
Fonte: O Globo, 12/06/1997 – Luciano Trigo |