"Nestes últimos anos, aprendemos a traduzir a vida política em termos conspirativos. E o romance de epionagem, como nunca acontecera antes, se nutre desse padrão. Há tanto cinismo em volta das formar ortodoxas de governo, tal e como se oferecem às pessoas, que não acreditamos em nada à primeira vista. De um modo ou de outro, os políticos tentam nos convencer de que se trata de uma suposição infundada, mas sabemos que não é assim. Até que exista melhor relacionamento entre a atividade privada e a verdade oficial, temos todo o direito de seguir suspeitando que o secreto e a desinformação impregnam as notícias cotidianas. Acredito que os romances de espionagem refletem estas preocupações dos cidadãos".
Fonte: LAINEZ, Fernando Martínez. Escritores e espiões: a vida secreta dos grandes nomes da literatura mundial. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2005
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