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Política
Mario Chamie

"A poesia dos anos 70 assumiu a sua marginalidade frente a tudo o que lembrasse poder ou sistema político e literário. Razão pela qual os poetas marginais não constituiram um grupo homogêneo programático. Despolitizados, Literatura e Estado, para eles eram faces da mesma moeda, cunhada pelo mito da norma e do controle. Mais: Literatura e Estado, a seu ver, se contrapunham à vida cotidiana e anônima das sensações e emoções individuais. Se a poesia anterior se exilava no corpo social (para combatê-lo ou não), a poesia da década de 70 procurou exilar-se no corpo físico das pessoas e do próprio poeta para, numa réplica negativa do corpo social, romper seus limites. A experiência corpórea desse rompimento incluía a droga, o sexo, e outros avatares da contracultura. Assim, bem ou mal, a poesia da década de 70 'cenarizou' o embate da vida contra a letra, o que o bom humor do poeta Cacaso soube resumir neste seu poemeto: "Poesia/ eu não te escrevo/ eu te/ vivo/ e viva nós!"

Fonte: O Estado de São Paulo, 19/06/2001 - José Castello

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